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Financial Times comenta sentença de Moro: “impressionante”

Publicação britânica afirmou que o resultado da condenação de Lula era esperado, mas que mesmo assim o teor do texto surpreendeu

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 28/03 (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

Luiza Calegari

Publicado em 13 de julho de 2017 às 16h24.

Última atualização em 14 de julho de 2017 às 16h52.

São Paulo – O jornal britânico Financial Times publicou, em seu site, uma análise da sentença de Sérgio Moro condenando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão.

A publicação afirma que a decisão é a mais recente medida de uma limpeza necessária, mas paralisante.

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O FT elogia amplamente a operação Lava Jato, que expôs a corrupção da classe política brasileira com imparcialidade e apartidarismo do Judiciário.

A limpeza, no entanto, apesar de necessária, tem o efeito de um nocaute: uma das consequências das investigações é de que toda a classe política está desacreditada.

Lula é o maior exemplo: há sete anos, era o líder mais popular do Brasil, tinha projetado o país no exterior ao erradicar grande parte da pobreza, era considerado um forte candidato às eleições de 2018.

Agora, o cenário para a próxima eleição não poderia estar mais em aberto.

O atual presidente e um terço do Congresso estão implicados em denúncias. Cada acordo leva a novas e mais amplas delações.

Além disso, a amplitude das investigações e a incerteza política têm inibido os investimentos, o que dificulta a retomada econômica do país.

 

A opinião do jornal, no entanto, é de que sem a Lava Jato o preço a ser pago seria ainda mais alto. Eles citam como exemplo a Venezuela, que vive uma situação caótica devido a fraudes de corrupção que foram acobertadas.

A condenação de Lula , para o jornal, representa um ponto significativo da limpeza que está sendo feita no país, mas ela precisa ser mais profunda e levar a uma reforma no sistema eleitoral.

Segundo o Financial Times, a máquina eleitoral brasileira está na raiz dos esquemas de corrupção. Quem quer que seja o próximo presidente, o jornal conclui, terá a tarefa de fazer essa reforma e resgatar a confiança dos brasileiros na política.

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