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Fim do cessar-fogo: a campanha anti-Bolsonaro está de volta

Números divulgados ontem mostraram que Bolsonaro ganhou dois pontos percentuais nas intenções de voto

ELEITOR DE BOLSONARO: internação do deputado abre disputa no PSL sobre coordenação de campanha / REUTERS/Nacho Doce (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2018 às 06h36.

Última atualização em 11 de setembro de 2018 às 12h29.

A divulgação dos dados da pesquisa Datafolha, na noite desta segunda-feira, é tida como uma espécie de divisor de águas dentro das equipes dos candidatos à presidência. Passada a trégua nos dias seguintes ao ataque a Jair Bolsonaro (PSL), quando os principais candidatos chegaram a suspender a campanha de rua, a corrida deve retomar seu ritmo normal. Isso significa que Bolsonaro deve voltar ao centro do alvo.

O deputado segue na liderança, mas o Datafolha mostrou uma comoção contida com o ataque a faca que ele sofreu em Juiz de Fora e que o mantém internado em estado grave no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Os números divulgados ontem mostraram que Bolsonaro ganhou dois pontos percentuais, oscilando dentro da margem de erro para 24% das intenções de voto. É seguido na corrida por Ciro Gomes (13%), Marina Silva (11%), Fernando Haddad (9%) e Geraldo Alckmin (9%).

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Um número que animou adversários foi a rejeição a Bolsonaro, que cresceu de 39% para 43%, o que pode derrubar a tese de que a facada o humanizaria para uma base maior de eleitores. A resistência é alta sobretudo entre mulheres (49%). Bolsonaro seria derrotado por seus principais adversários no segundo turno.

Os ataques a Bolsonaro devem voltar, pouco a pouco, até atingir o ritmo da semana passada. Ciro Gomes já afirmou que Bolsonaro foi atingido na barriga, mas “não mudou nada na cabeça”. Ontem, Geraldo Alckmin afirmou que “não podemos ter um presidente que seja mais um problema”. Marina Silva relembrou que Bolsonaro quer derrubar o estatuto do desarmamento. Guilherme Boulos (PSOL), já no fim de semana criticou a foto tirada pelo deputado no hospital fazendo o gesto de quem aponta uma arma.

Uma dificuldade extra do líder nas pesquisas é a coordenação de campanha. Com ele hospitalizado foi aberta uma disputa no PSL entre os caciques do partido e seus filhos sobre as estratégias a serem seguidas nos próximos dias. A má notícia é que Bolsonaro não retomará uma rotina normal por semanas. Ontem, o hospital Albert Einstein informou que será necessária uma nova cirurgia de grande porte em dois a três meses para desobstruir totalmente o intestino. Antes disso, o candidato pode ir para casa, mas teria que usar uma bolsa coletora.

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