Brasil

Filho de ex-dono da Vasp é preso pela PF em Brasília

Empresário é investigado pelos crimes de fraude à execução, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa


	Vasp: a operação desarticulou um esquema de fraude fiscal superior a R$ 875 milhões
 (Egberto Nogueira)

Vasp: a operação desarticulou um esquema de fraude fiscal superior a R$ 875 milhões (Egberto Nogueira)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2015 às 13h21.

O empresário Wagner Canhedo Filho foi preso no início da manhã de hoje (9), pela Polícia Federal, em Brasília, investigado pelos crimes de fraude à execução, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A prisão foi determinada pela Justiça, depois de pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Em maio, Canhedo Filho, principal gestor do grupo Canhedo, que atua nos setores de hotelaria e de transportes em Brasília, foi preso em flagrante por porte ilegal de armas, na Operação Patriota, deflagrada PF e pela Procuradoria da Fazenda Nacional.

A operação desarticulou um esquema de fraude fiscal superior a R$ 875 milhões. O Núcleo Criminal do MPF investiga o caso desde o ano passado. Na ocasião, Canhedo Filho pagou fiança e foi liberado no mesmo dia.

Em nota, o MPF informou que, com a prisão do empresário, os investigadores pretendem garantir “o fim de práticas adotadas com o propósito de impedir a execução de dívidas tributárias” por parte dos gestores do Grupo Canhedo.

Na década de 1990 a família Canhedo comprou a Viação Aérea São Paulo (Vasp), que decretou falência em 2008, com dívidas superiores a R$ 1,5 bilhão.

Na Operação Patriota, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional identificaram que empresas de fachada eram usadas pelos gestores do Grupo Canhedo para ocultar o faturamento das empresas em débito com a Receita Federal.

Naquele momento, a suspeita era a de que Canhedo Filho usava empresas fantasmas, abertas em nomes de laranjas, para movimentar o dinheiro arrecadado pelo complexo empresarial, impedindo, dessa forma, o cumprimento de execuções fiscais. A apuração já identificou pelo menos seis empresas que teriam sido usadas na prática.

Em agosto, os investigadores reuniram novas informações que revelaram que o empresário mantém a prática criminosa.

“Canhedo Filho migrou seu esquema para a utilização de outras empresas, até então não conhecidas e também não atingidas pelos bloqueios judiciais, no âmbito da Execução Fiscal, dentre as quais seguramente a Cooperativa de Transportes Alternativos e Autônomos do DF”, afirmou o MPF no pedido de prisão enviado à Justiça.

De acordo o com MPF, no dia 28 de agosto, o empresário sacou mais de R$ 1,2 milhão de uma conta bancária em nome da Cooperativa que, anteriormente, havia recebido depósitos vultosos da principal empresa do grupo.

Em depoimento à polícia, o responsável pela cooperativa Coota-DF, Gilbson Luna Gadelha, confirmou as suspeitas de que Canhedo Filha usa a entidade para movimentar o esquema fraudulento.

Além da prisão, também foi solicitado que o empresário seja proibido de deixar o país. Os investigadores justificam que diante do “robusto” poder econômico, o risco de fuga é “inafastável”, o que poderia colocar em risco a aplicação da lei penal.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesJustiçaPolícia Federal

Mais de Brasil

Plano golpista no Planalto previa armas de guerra

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições