O ex-presidente criticou a postura partidária de Lula na atual campanha presidencial (.)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2010 às 20h50.
Cartagena - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assegurou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "colocou todos os recursos do Governo em favor de sua candidata", Dilma Rousseff, "como nunca fez outro presidente".
FHC fez essas declarações à Agência Efe na cidade colombiana de Cartagena das Índias, onde participa do Seminário Internacional "Democracia, Relações Políticas e Econômicas para a Sustentabilidade da América Latina".
"Lula se jogou nesta campanha como nunca fez outro presidente, de uma forma partidária" e o fato de haver um segundo turno e de a diferença ser tão pequena "já é uma vitória da democracia no Brasil", disse.
O ex-presidente, encorajado pela pouca diferença nas pesquisas, acredita que José Serra, do PSDB, possa ganhar no segundo turno do próximo dia 31 de outubro.
FHC desprezou que com uma possível eleição de Dilma como presidente se reforce a ideia da esquerda que se percebe nos Governos da Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador, e disse que, embora "haja uma tendência nessa direção, a sociedade brasileira é diferente".
"Eu não acho que essa seja uma coisa que agrade a Lula e Dilma, não acho que ponham em prática porque a sociedade não aceita isso no Brasil", acrescentou.
O ex-governante disse, além disso, que a atitude adotada pela candidata governista, que "insiste em fazer comparações equivocadas" com sua administração (1995-2002), "como se tudo tivesse começado no Governo Lula, é uma atitude mesquinha".
Assegurou que a "mudança de rumo" do Brasil foi em seu Governo e "Lula seguiu o caminho, e seguiu bem, mas o mapa da mina foi nosso, não vejo por que agora queira apagá-lo da história"
O ex-presidente visita pela quinta vez Cartagena das Índias, convidado para a XV reunião internacional Brasil-Colômbia, patrocinada pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) do Brasil e que contou com a presença do presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
Destacou também a importância de reuniões como a de Cartagena de Indias, porque estreitam relações entre as duas nações e abrem novas oportunidades comerciais que beneficiam os empresários por igual.
"É um encontro muito fraterno, que não tem preconceitos, não há nada que substitua o contato direto", especificou.
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