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FGV: IPC-S deve fechar o mês entre 0,6% e 0,7%

Segundo coordenador do índice, carnes bovinas e as frutas puxam desaceleração da inflação

Segundo a FGV a inflação deve fechar o ano entre 6,1% e 6,2% (Germano Luders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2010 às 16h04.

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, afirmou hoje que, com o cenário atual de desaceleração registrado pelo indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a inflação caminha para encerrar o mês de dezembro com uma taxa entre 0,60% e 0,70%, bem menor que a taxa de 1% registrada em novembro.

Em entrevista à Agência Estado, ele destacou que o novo movimento de altas um pouco menos expressivas está sendo puxado principalmente pelos segmentos que vinham trazendo as maiores pressões no final do mês passado: as carnes bovinas e as frutas.

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Hoje, a FGV divulgou que o IPC-S apresentou taxa de 0,87% na terceira quadrissemana de dezembro, ante taxa de 1,06% observada na segunda quadrissemana do mesmo mês. No período, o grande destaque foi o comportamento do grupo Alimentação, cuja alta diminuiu, de 2,45% para 1,82%, entre a segunda e a terceira medições do mês. Dentro do grupo, a variação positiva no preço das carnes bovinas passou de 8,35% para 5,41% e o aumento no valor médio das frutas passou de 5,13% para 3,28%.

"O IPC-S desacelerou forte e ficou abaixo de 1%. A boa notícia é que o índice saiu de uma alta 1,06% para 0,87% e essa diferença, de 0,19 ponto porcentual de uma medição para outra, está quase toda ligada à Alimentação", disse Picchetti. "O grupo respondeu por 0,18 ponto porcentual desta desaceleração, sendo que a parte de carnes bovinas representou 0,11 ponto e as frutas, 0,04 ponto porcentual", afirmou.

Para o coordenador do IPC-S, outro detalhe importante é que também não há atualmente um item no âmbito do indicador com uma alta capaz de pressionar a taxa para cima novamente. Mesmo o açúcar refinado, que foi um dos itens com maior representação no cálculo do IPC-S da terceira quadrissemana, iniciou um leve processo de desaceleração, já que apresentou alta de 10,83% ante 10,89% na segunda quadrissemana de dezembro.

"Com uma semana faltando para fechar o mês, aquela dúvida que ficou na semana passada sobre a trajetória do índice no fim do ano parece que felizmente ficou para trás, com o IPC-S ficando para o lado da desaceleração", disse Picchetti. "Com isso, se o índice do mês fechar entre 0,60% e 0,70%, que eu acho que é o mais provável, o ano fecha em 6,1% ou 6,2%; e a taxa ficaria em torno daqueles 6% que estávamos trabalhando", previu.

Se, para o final de dezembro, a trajetória esperada é de desaceleração, Picchetti ressaltou que, para janeiro, a história não deve se repetir. Tudo porque, por conta de fatores sazonais, como o aumento nos preços dos alimentos in natura por causa das chuvas e o reajuste anual nas mensalidades escolares, a tendência natural para o IPC-S é de taxas mais altas. Somado a estes fatores, o coordenador lembrou que há uma expectativa de que a Prefeitura de São Paulo autorize um reajuste no valor das passagens de ônibus da capital paulista, fato que costuma provocar grandes pressões nos indicadores de inflação ao consumidor. "Em janeiro, vai ser uma história bem diferente", afirmou.

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