Fernando Henrique toma posse na ABL
Político é o terceiro ex-presidente a ser eleito, com 34 dos 39 votos possíveis
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2013 às 22h42.
Rio - Pouco antes de tomar posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), já vestido com o tradicional fardão dos imortais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que ainda "é tensa" a situação no País por causa de sucessivos protestos e disse ser contra o uso de máscaras e outros recursos usados por manifestantes para cobrir o rosto. "Depois de toda movimentação há grupos que vão na rabeira, tentam tirar vantagem. Não vejo vantagem nenhuma em cobrir o rosto, estamos pedindo transparência para tudo e para todos", afirmou o ex-presidente.
Fernando Henrique disse, no entanto, que também não concorda com atitudes radicais para evitar a presença dos mascarados, e condenou o vandalismo. "Também não acho que seja o caso de fazer um carnaval. Na Europa, houve tanta discussão por causa da burca, que não acho que ofenda nada. O que ofende é o vandalismo. Com ou sem máscara, o vandalismo não leva longe".
Entre os convidados do mais novo integrante da ABL estava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que viajou ao Rio na véspera de mais um dia importante no julgamento do processo do mensalão. "Convidei os ministros (do Supremo) que conheço. Conheço Marco Aurélio de longa data e fiquei muito feliz de vê-lo. Para alguns convidados, é difícil vir ao Rio, a situação é tensa em Brasília, com tanta coisa acontecendo por lá", afirmou Fernando Henrique.
Fernando Henrique brincou dizendo que o fardão é "um pouco incômodo". Ele disse que sentia constrangimento em ser candidato à Academia por conta da condição de ex-presidente. "Não queria que confundissem meu status de presidente com minha qualidade de intelectual. Agora já passou tanto tempo, todo mundo sabe que não tenho e não quero ter poder, que estou em outra. Espero ajudar no que for possível. Aqui há uma grande diversidade de informações, posso aprender, sou curioso. É preciso sempre renovar. Espero que meu espírito não esteja assim tão caquético", brincou Fernando Henrique, de 82 anos.
O ex-presidente lembrou da mulher, Ruth Cardoso, que morreu em 2008. "Ruth foi a vida inteira um esteio e bastante crítico. Ela tinha a mente mais aberta que a minha, e me ajudou a ser menos acadêmico e mais voltado para as coisas concretas", afirmou.
Fernando Henrique passa a ocupar a cadeira 36, no lugar do jornalista João de Scantimburgo (1915-2013), e que tem Teófilo Dias como patrono. O primeiro ocupante da cadeira foi o escritor Afonso Celso de Assis Figueiredo Junior.
O ex-presidente tucano foi eleito em junho e obteve 34 dos 39 votos possíveis. Na ocasião, brincou que nenhuma eleição é fácil, mas que foi a que venceu com maior vantagem.
Fernando Henrique é o terceiro presidente da República a integrar a ABL. Em 1941, foi eleito Getúlio Vargas e, em 1980, José Sarney. Entre os colegas de Academia, Fernando Henrique terá ex-companheiros de governo, como o ex-vice-presidente Marco Maciel, eleito em 2004, o ex-chanceler Celso Lafer, em 2006, e ainda Rosiska Darcy de Oliveira, ex-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, eleita em abril deste ano. Na eleição de junho, Fernando Henrique venceu outros dez candidatos.
Rio - Pouco antes de tomar posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), já vestido com o tradicional fardão dos imortais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que ainda "é tensa" a situação no País por causa de sucessivos protestos e disse ser contra o uso de máscaras e outros recursos usados por manifestantes para cobrir o rosto. "Depois de toda movimentação há grupos que vão na rabeira, tentam tirar vantagem. Não vejo vantagem nenhuma em cobrir o rosto, estamos pedindo transparência para tudo e para todos", afirmou o ex-presidente.
Fernando Henrique disse, no entanto, que também não concorda com atitudes radicais para evitar a presença dos mascarados, e condenou o vandalismo. "Também não acho que seja o caso de fazer um carnaval. Na Europa, houve tanta discussão por causa da burca, que não acho que ofenda nada. O que ofende é o vandalismo. Com ou sem máscara, o vandalismo não leva longe".
Entre os convidados do mais novo integrante da ABL estava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que viajou ao Rio na véspera de mais um dia importante no julgamento do processo do mensalão. "Convidei os ministros (do Supremo) que conheço. Conheço Marco Aurélio de longa data e fiquei muito feliz de vê-lo. Para alguns convidados, é difícil vir ao Rio, a situação é tensa em Brasília, com tanta coisa acontecendo por lá", afirmou Fernando Henrique.
Fernando Henrique brincou dizendo que o fardão é "um pouco incômodo". Ele disse que sentia constrangimento em ser candidato à Academia por conta da condição de ex-presidente. "Não queria que confundissem meu status de presidente com minha qualidade de intelectual. Agora já passou tanto tempo, todo mundo sabe que não tenho e não quero ter poder, que estou em outra. Espero ajudar no que for possível. Aqui há uma grande diversidade de informações, posso aprender, sou curioso. É preciso sempre renovar. Espero que meu espírito não esteja assim tão caquético", brincou Fernando Henrique, de 82 anos.
O ex-presidente lembrou da mulher, Ruth Cardoso, que morreu em 2008. "Ruth foi a vida inteira um esteio e bastante crítico. Ela tinha a mente mais aberta que a minha, e me ajudou a ser menos acadêmico e mais voltado para as coisas concretas", afirmou.
Fernando Henrique passa a ocupar a cadeira 36, no lugar do jornalista João de Scantimburgo (1915-2013), e que tem Teófilo Dias como patrono. O primeiro ocupante da cadeira foi o escritor Afonso Celso de Assis Figueiredo Junior.
O ex-presidente tucano foi eleito em junho e obteve 34 dos 39 votos possíveis. Na ocasião, brincou que nenhuma eleição é fácil, mas que foi a que venceu com maior vantagem.
Fernando Henrique é o terceiro presidente da República a integrar a ABL. Em 1941, foi eleito Getúlio Vargas e, em 1980, José Sarney. Entre os colegas de Academia, Fernando Henrique terá ex-companheiros de governo, como o ex-vice-presidente Marco Maciel, eleito em 2004, o ex-chanceler Celso Lafer, em 2006, e ainda Rosiska Darcy de Oliveira, ex-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, eleita em abril deste ano. Na eleição de junho, Fernando Henrique venceu outros dez candidatos.