Favorito para chefiar Câmara enfrenta briga no PMDB
A tensão na bancada é uma das principais ameaças à vitória, em primeiro turno, do peemedebista
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Brasília - Parlamentar mais antigo da Câmara e favorito para presidir a Casa, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) enfrenta, nas eleições de hoje, sequelas do racha na escolha do líder de seu próprio partido.
Aliados de Eduardo Cunha (RJ), que saiu vitorioso, e do derrotado Sandro Mabel (GO) admitiam no domingo (02), nos bastidores, que a disputa interna poderia ter como efeito colateral o desembarque da candidatura de Alves, em protesto pela condução do processo pelo governo.
A tensão na bancada é uma das principais ameaças à vitória, em primeiro turno, do peemedebista, que, apesar do histórico de questionamentos éticos e investigações, tem o aval de líderes da maioria dos partidos e da presidente Dilma Rousseff.
Além da debandada de apoiadores de Cunha, há receio de dissidência na ala radical do PT, incomodada com a ascensão do PMDB ao comando das duas casas do Congresso - na sexta-feira, Renan Calheiros (AL) foi eleito presidente do Senado.
A disputa pela liderança do PMDB chegou ao segundo turno e Cunha foi eleito com 46 votos, contra 32 do adversário, apesar da resistência velada do Planalto. Aliados de Mabel ameaçaram questionar na Justiça a posse de dois suplentes - Marcelo Guimarães Filho (BA) e Leonardo Quintanilha (TO) -, que assumiram para votar em Cunha, sem formalização em plenário.
Em reação, o grupo ligado ao novo líder avisou que poderia votar hoje em Rose de Freitas (PMDB-ES) ou Júlio Delgado (PSB-MG), que tentam desidratar o favoritismo do candidato do governo.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) interveio para evitar a crise, pedindo a Mabel que desistisse da manobra na Justiça. Após o racha, Alves tentou minimizar o impacto na eleição e assegurou que a bancada vai ao plenário unida.
Cunha enfrenta resistências no Planalto. A presidente o vê com desconfiança, sobretudo após apadrinhados dele em Furnas terem sido suspeitos de irregularidades. Com a eleição, recupera prestígio e poder de barganha para negociar cargos na Esplanada. No domingo (02), Cunha deu o tom do que será sua gestão: pediu mais cargos para o PMDB.
No Rio, o parlamentar enfrentou três inquéritos no Tribunal de Contas do Estado, sobre supostas fraudes quando presidiu a Companhia de Habitação do Estado, entre 1999 e 2000. O caso foi arquivado. O deputado é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal que investiga suposto tráfico de influência em favor de um ex-diretor da Refinaria de Manguinhos. Ele nega qualquer ação ilegal.
Investigado
Mabel expressou a divisão interna. "Quando você é intitulado candidato de governo, fica um pouco mais difícil, tendo uma bancada que tem uma porção de coisas que não são assentidas. O discurso dele, mais forte, se posicionando contra o governo, o ajudou."
Os dois adversários de Alves passaram o dia em conversas com representantes do partido e das demais legendas. Para Rose, a candidatura do colega de partido é de inteira submissão ao Planalto. "Somos base, mas uma coisa é ser base e outra é você se submeter a qualquer pauta, a qualquer política do Executivo", criticou. "Ele foi líder por sete anos e nunca dividiu a relatoria de uma medida provisória. E está sendo investigado."
Caso eleito, Alves assumirá sob questionamentos. Na Câmara desde 1971, ele tenta se livrar de ação de enriquecimento ilícito, supostamente por manter dinheiro no exterior. A ação corre em sigilo na Justiça Federal em Brasília. A denúncia partiu da ex-mulher do deputado Mônica Infante de Azambuja, que, ao pleitear pensão alimentícia maior, disse em 2002 que Alves mantinha US$ 15 milhões não declarados em paraísos fiscais.
Brasília - Parlamentar mais antigo da Câmara e favorito para presidir a Casa, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) enfrenta, nas eleições de hoje, sequelas do racha na escolha do líder de seu próprio partido.
Aliados de Eduardo Cunha (RJ), que saiu vitorioso, e do derrotado Sandro Mabel (GO) admitiam no domingo (02), nos bastidores, que a disputa interna poderia ter como efeito colateral o desembarque da candidatura de Alves, em protesto pela condução do processo pelo governo.
A tensão na bancada é uma das principais ameaças à vitória, em primeiro turno, do peemedebista, que, apesar do histórico de questionamentos éticos e investigações, tem o aval de líderes da maioria dos partidos e da presidente Dilma Rousseff.
Além da debandada de apoiadores de Cunha, há receio de dissidência na ala radical do PT, incomodada com a ascensão do PMDB ao comando das duas casas do Congresso - na sexta-feira, Renan Calheiros (AL) foi eleito presidente do Senado.
A disputa pela liderança do PMDB chegou ao segundo turno e Cunha foi eleito com 46 votos, contra 32 do adversário, apesar da resistência velada do Planalto. Aliados de Mabel ameaçaram questionar na Justiça a posse de dois suplentes - Marcelo Guimarães Filho (BA) e Leonardo Quintanilha (TO) -, que assumiram para votar em Cunha, sem formalização em plenário.
Em reação, o grupo ligado ao novo líder avisou que poderia votar hoje em Rose de Freitas (PMDB-ES) ou Júlio Delgado (PSB-MG), que tentam desidratar o favoritismo do candidato do governo.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) interveio para evitar a crise, pedindo a Mabel que desistisse da manobra na Justiça. Após o racha, Alves tentou minimizar o impacto na eleição e assegurou que a bancada vai ao plenário unida.
Cunha enfrenta resistências no Planalto. A presidente o vê com desconfiança, sobretudo após apadrinhados dele em Furnas terem sido suspeitos de irregularidades. Com a eleição, recupera prestígio e poder de barganha para negociar cargos na Esplanada. No domingo (02), Cunha deu o tom do que será sua gestão: pediu mais cargos para o PMDB.
No Rio, o parlamentar enfrentou três inquéritos no Tribunal de Contas do Estado, sobre supostas fraudes quando presidiu a Companhia de Habitação do Estado, entre 1999 e 2000. O caso foi arquivado. O deputado é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal que investiga suposto tráfico de influência em favor de um ex-diretor da Refinaria de Manguinhos. Ele nega qualquer ação ilegal.
Investigado
Mabel expressou a divisão interna. "Quando você é intitulado candidato de governo, fica um pouco mais difícil, tendo uma bancada que tem uma porção de coisas que não são assentidas. O discurso dele, mais forte, se posicionando contra o governo, o ajudou."
Os dois adversários de Alves passaram o dia em conversas com representantes do partido e das demais legendas. Para Rose, a candidatura do colega de partido é de inteira submissão ao Planalto. "Somos base, mas uma coisa é ser base e outra é você se submeter a qualquer pauta, a qualquer política do Executivo", criticou. "Ele foi líder por sete anos e nunca dividiu a relatoria de uma medida provisória. E está sendo investigado."
Caso eleito, Alves assumirá sob questionamentos. Na Câmara desde 1971, ele tenta se livrar de ação de enriquecimento ilícito, supostamente por manter dinheiro no exterior. A ação corre em sigilo na Justiça Federal em Brasília. A denúncia partiu da ex-mulher do deputado Mônica Infante de Azambuja, que, ao pleitear pensão alimentícia maior, disse em 2002 que Alves mantinha US$ 15 milhões não declarados em paraísos fiscais.