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Faturamento editorial, incluindo livros didáticos, diminui 25% em 12 anos

Houve crescimento do número de livros vendidos entre 2006 e 2014, mas após o início da recessão econômica, observa-se uma queda acentuada

Livros: o subsetor de obras gerais chegou a perder 45% do faturamento no mercado (não considerando compras governamentais) (Nicolò Campo / Contributor/Getty Images)

Livros: o subsetor de obras gerais chegou a perder 45% do faturamento no mercado (não considerando compras governamentais) (Nicolò Campo / Contributor/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 2 de junho de 2019 às 18h00.

Última atualização em 2 de junho de 2019 às 18h00.

Série de levantamentos feitos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), entre 2006 e 2018, contabiliza que faturamento do setor editorial brasileiro diminuiu 25% no período. O dado contabiliza as vendas para o mercado em geral e também pelo governo (livros didáticos).

O estudo, contratado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), mostra que houve crescimento do número de livros vendidos entre 2006 e 2014, mas após o início da recessão econômica, observa-se uma queda acentuada da venda e piora dos resultados.

Em 2006, o setor faturou R$ 6,788 bilhões. Em 2018, o valor foi de R$ 5,119 bilhões. Nesse período, o preço médio dos livros diminuiu 34%. A queda do preço impactou na redução do faturamento do setor.

"O setor fez uma aposta em redução do preço [do livro] e ganho de escala [em vendas], mas isso não aconteceu. Tem um aumento de exemplares vendidos, mas não é suficiente para segurar o setor", aponta a economista Mariana Bueno, responsável pela pesquisa. "Mesmo quando a economia estava crescendo, nos anos de 2009 e 2010, a venda de livros não tirou proveito", analisa.

Segundo ela, "nenhum país que observamos teve queda tão expressiva", disse ao comparar o desempenho da venda de livros com a Colômbia, México, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.

A especialista assinala que além da conhecida falta de hábito de leitura do brasileiro, os índices negativos ocorrem em momento de expansão de novas tecnologias e serviços como redes sociais, streaming e acesso ao celular. "Tudo isso concorre com o tempo de atenção que poderia ser dedicado ao livro", ponderou Bueno.

A avaliação da Fipe, disponível na internet, indica que o subsetor de obras gerais chegou a perder 45% do faturamento no mercado (não considerando compras governamentais).

O segundo pior desempenho foi do subsetor de livros científicos, técnicos e profissionais (queda de 36%); seguido do subsetor de livros didáticos (descida de 23%). O subsetor de livros religiosos teve a menor redução no faturamento (-4%).

Observando apenas o período recessivo e de baixo crescimento (2014 a 2018), a queda de faturamento do subsetor de livros científicos, técnicos e profissionais foi de 45%. De acordo com Mariana Bueno, uma hipótese para esta diminuição é a redução de estudantes nos cursos superiores.

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