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Fapesp doa acervo para a Biblioteca Mário de Andrade

Coleção composta por cerca de 470 publicações serão disponibilizadas para consulta pública e gratuita

Objetivo é tornar acessíveis obras que retratam o percurso das pesquisas realizadas com apoio da Fapesp (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 20h30.

São Paulo - A Fapesp e a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo realizaram no dia 6 de setembro uma cerimônia de doação para a Biblioteca Mário de Andrade (BMA) da Coleção Fapesp – formada por um acervo de 470 publicações, que serão disponibilizadas para consulta pública e gratuita pela instituição.

Composta por livros que obtiveram Auxílio à Pesquisa – Publicações – da Fapesp e por relatórios científicos de pesquisas apoiadas pela Fundação, as publicações serão distribuídas pelas coleções Circulante, São Paulo, de Artes, Coleção Geral e Referência da BMA.

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Todo material será catalogado no sistema informatizado da biblioteca e as obras serão identificadas no campo “coleção” como Coleção Fapesp. Os dados bibliográficos estarão disponíveis para consulta no catálogo online da BMA, que pode ser acessado no endereço http://www.bma.gov.br.

As obras que porventura já existam na Coleção Geral, São Paulo, de Artes e Referências, que são fixas da biblioteca, serão destinadas à seção Circulante. Já as obras mais especializadas das áreas de Ciências da Saúde, Exatas e Tecnologia, serão encaminhadas às bibliotecas temáticas dessas áreas ou a outras bibliotecas públicas do estado de São Paulo.

O objetivo da doação foi tornar acessíveis obras que retratam, em grande medida, o percurso das pesquisas realizadas com apoio da Fapesp nas mais diferentes áreas do conhecimento.

“A doação das obras para a Biblioteca Mário de Andrade contempla uma parte da missão da FAPESP, que é ajudar a comunidade científica a divulgar os resultados de suas pesquisas, e contribuir para a divulgação do conhecimento”, disse Celso Lafer, presidente da Fapesp.


“Estamos muito satisfeitos em poder contribuir para o reconhecimento adicional da biblioteca, que tem uma importância indiscutível e da qual sou um antigo admirador e usuário e fico muito feliz em vê-la ressurgir em sua plenitude”, afirmou Lafer.

A maior biblioteca de São Paulo e a segunda do Brasil, atrás apenas da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, a Biblioteca Mário de Andrade, inaugurada em 1942, foi reaberta restaurada e modernizada em 25 de janeiro de 2011, no aniversário de São Paulo, após uma reforma iniciada em 2007.

Quase que abandonada durante o processo de evasão do centro paulistano, iniciado há 40 anos, a biblioteca foi revitalizada nos últimos anos e está retomando pouco a pouco sua normalidade.

Desde que a seção Circulante retornou ao edifício-sede da biblioteca, após passar por diversos locais da cidade, a BMA vem recebendo cerca de 900 a mil usuários por dia. E até o final de final de 2012 a instituição deverá ganhar sua segunda torre, que está sendo construída na rua Bráulio Gomes.

“Ter a Fapesp como parceira, inicialmente por meio da doação desta coleção de obras, é um princípio muito auspicioso de cooperação que pode resultar no desenvolvimento da Biblioteca Mário de Andrade, que ficou muito tempo abandonada e precisou de 50 anos para estar recuperada”, afirmou Carlos Augusto Calil, secretário municipal de cultura de São Paulo.

“A parceria com a Fapesp pode ajudar a fortalecer o ressurgimento da Biblioteca Mário de Andrade, que precisa de reconhecimentos explícitos de sua importância, como este dado pela Fapesp, de que pode ser a guardiã de sua coleção de livros”, disse Calil.

Coleção de obras raras

O acervo da Biblioteca Mário de Andrade é composto por, aproximadamente, 3,3 milhões de itens, entre livros, periódicos, mapas e multimeios.

A instituição também mantém grandes coleções especiais, que incluem um dos maiores acervos de livros de arte de São Paulo, uma biblioteca depositária da Organização das Nações Unidas (ONU) e uma coleção de obras raras, que é considerada a segunda maior coleção pública do Brasil.


Atualmente, um conjunto de 100 livros raros e mil gravuras, desenhadas por estrangeiros que visitaram e descreveram o Brasil entre os séculos 16 e 19, além de 4,5 mil fotografias, produzidas por diversos fotógrafos que retrataram São Paulo entre 1862 a 1922, estão digitalizadas e disponíveis para consulta no site da biblioteca.

Além do acervo já catalogado e digitalizado, segundo Maria Christina Barbosa de Almeida, diretora da BMA, a instituição ainda dispõe de um acervo a ser “descoberto” e melhor explorado.

“Nós temos um grande acervo de cartazes, mapas e inventários e materiais sobre a história da ciência, por exemplo, que precisam ser mostrados pela catalogação e pela digitalização”, disse Almeida.

“Seria muito oportuno ter pesquisadores residentes na biblioteca, que pudessem realizar suas pesquisas no nosso acervo e dessem visibilidade a essas coleções”, sugeriu Almeida.

De acordo com Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp, a Fundação tem todo o interesse em desenvolver essa iniciativa com a BMA.

“Vemos com muito bons olhos a ideia de a biblioteca poder ter no futuro um departamento de pesquisa, que reúna pesquisadores interessados em estudar seu acervo”, disse Brito Cruz.

“Para a Fapesp, é muito auspicioso ter mais lugares onde se possa realizar pesquisa no Estado de São Paulo, e poderíamos apoiar essa iniciativa por meio do apoio a bolsistas, pós-docs e pesquisadores que gostariam de realizar pesquisa no acervo da biblioteca”, avaliou Brito Cruz.

Além de Celso Lafer e Brito Cruz, participaram da cerimônia representando a Fapesp José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação.

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