Zé Augusto (PDT): político disputou as eleições de 2012, mas obteve votos apenas para fazê-lo primeiro suplente (Reprodução/Facebook)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2014 às 20h48.
Brasília - Sem votos para assumir vaga de vereador no município de Itaperuçu, região metropolitana de Curitiba, um candidato arrumou uma forma de assumir o mandato mesmo assim.
Ele falsificou documentos que levaram a Justiça, o Ministério Público e a Câmara de Vereadores a empossá-lo em fevereiro do ano passado como vereador do município.
A fraude só foi descoberta um ano e oito meses depois, o que levou à prisão, na última quarta-feira, de José Augusto Liberato (PDT).
Zé Augusto, como é conhecido, disputou as eleições municipais de 2012, mas obteve apenas 391 votos, o suficiente para fazê-lo apenas primeiro suplente.
Ele conseguiu ser empossado vereador sem ter vencido a disputa após apresentar à Justiça Eleitoral cópia da edição de um jornal local que traria uma decisão da Câmara de Vereadores de aumentar o número de cadeiras de 9 para 11 vagas.
Os vereadores, contudo, nunca aprovaram o aumento de cadeiras em mais duas vagas, tampouco o jornal publicou essa decisão.
Conforme investigadores, o vereador imprimiu em papel jornal a suposta determinação da Câmara de aumento de vagas e montou uma edição falsa do periódico, obtendo uma decisão judicial favorável.
A PF considerou a fraude de uma "exótica falsificação." Além de Liberato mais um vereador foi empossado graças a fraude. Esse outro vereador, entretanto, não participou do esquema, segundo a PF.
A própria Câmara dos Vereadores denunciou o caso à PF um ano e oito meses depois de ter dado posse a Zé Augusto. Até então, a direção do Legislativo local entendia que Liberato tornara-se um colega por decisão judicial.
Uma perícia nos documentos comprovou a fraude nos papéis e levou a PF a prender o "vereador" em sua casa. Ele, contudo, continua com mandato até que sua posse seja anulada. A Justiça deve decidir agora sobre a validade dos projetos aprovados pelo vereador.
Ao ser preso, Liberato alegou que não havia falsificado o documento que o levou a tomar posse na Câmara. A reportagem não conseguiu contato com o advogado do vereador.
Na casa do vereador foram recolhidos diversos documentos para análise e, juntamente com o preso, trazidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para as medidas legais.