O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (Elza Fiuza/ABr)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 21h13.
Rio - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, rebateu nesta quinta-feira, 10, declarações do candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), que havia acusado a presidente Dilma Rousseff (PT) de tentar se apropriar politicamente da Copa do Mundo antes da eliminação do Brasil pela Alemanha por 7 x 1.
Em entrevista no Rio, Carvalho afirmou que considera "totalmente desprezível esse tipo de fala, própria de quem precisa arrumar uma linha por dia para aparecer na imprensa".
Em seguida, Carvalho ironizou o tucano. "É natural. Eu compreendo a situação dele. É uma situação difícil. Ele está vendo que aquilo que eles apostaram que não daria certo deu certo. Então, começa a ter certa criatividade, a fazer frases de efeito".
De acordo com o ministro, o que a presidente Dilma fez foi "apoiar a seleção no momento em que ela estava bem e, agora, da mesma forma que fez ontem, manifestar a sua solidariedade".
"No sábado eu vou ao Mané Garrincha (estádio de Brasília) apoiar a nossa seleção. Não é porque houve esse desastre que os meninos perderam a sua qualidade e seu amor pelo País. Não se trata disso. Eu não vejo, sinceramente, sentido nenhum (na declaração de Aécio), nem merece resposta esse tipo de afirmação."
Bobagem
Carvalho sustentou que o governo federal sempre defendeu, desde o início do Mundial, que "não fazia sentido fazer uma vinculação entre Copa e eleições".
"Qualquer estudo da história do Brasil mostra que essa relação, essa tese, não se sustenta. Eu vi Copa em que o Brasil ganhou e a oposição venceu, em que o Brasil perdeu e a situação ganhou. É bobagem."
De acordo com o ministro, o governo "quebraria a cara" se tentasse tirar proveito eleitoral da Copa, "da mesma forma que vai se dar mal quem acha que, agora, por conta de uma derrota, isso muda a eleição".
"Eu tenho certeza de que, daqui a duas semanas, quando terminar toda a questão da Copa e começar o debate eleitoral, serão outras as questões que estarão em pauta. São as questões do programa de governo, a avaliação de quem fez o quê, a história de cada um, enfim, outros critérios. Sinceramente, eu não acredito."
Carvalho afirmou que houve uma "previsão quase terrorista" sobre a organização da Copa. Para ele, o único risco seria um eventual "estrondoso fracasso".
"Se de fato nós tivéssemos passado vergonha perante o mundo e não dado conta de realizar esse evento, aí sim se diria que teríamos passado um atestado de incompetência e isso poderia interferir na análise da capacidade de gestão desse ou daquele governante. Mas, sinceramente, está claríssimo (que não houve) isso."
Perguntado sobre a queda do viaduto que matou duas pessoas em Belo Horizonte, o ministro reconheceu que a obra foi construída com recursos federais e, de fato, motivada pela Copa, mas ressaltou que ela está sob gestão da prefeitura municipal.
"Lamentavelmente houve erros no processo de construção e de fiscalização. Cabe de fato uma crítica ao poder público pela falta de rigor no seu acompanhamento e na sua fiscalização, uma vez que tudo indica que já havia indícios de problemas naquela obra. Felizmente, não havia sido inaugurado, o que poderia resultar em tragédia maior."
Carvalho disse que vai torcer pela Argentina na final de domingo, 13.
"Tendo um país de tanta proximidade conosco, tão importante para nós, eu não só torço como convido a população brasileira a romper todo o preconceito e torcer pelos hermanos argentinos, até porque o 7 a 1 está doendo na minha cabeça até agora."