Faculdades enfrentam problemas com o Fies
Entre as dificuldades, estão problemas de adesão ao sistema do programa, falta de informações e atendimento falho ou inexistente no MEC
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 10h53.
Brasília - Cerca de 93% das instituições particulares de ensino superior do País que participam do novo Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior (Fies), programa do Ministério da Educação (MEC) que dá crédito aos universitários, enfrentam problemas com o processo. Os dados são do sindicato das instituições particulares de ensino superior (Semesp).
O Brasil tem 2.069 instituições privadas - 55% utilizam o Fies, que foi modificado em 2010. Entre as dificuldades estão problemas de adesão ao SisFies (sistema do programa), falta de informações e atendimento falho ou inexistente no MEC, distribuição de vagas, liberação dos certificados e desconhecimento dos operadores nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF) - o que motivou denúncias à Defensoria Pública da União em São Paulo, que também recebeu queixas do Banco do Brasil (BB). O BB afirma que respondeu à Defensoria. A CEF diz que o MEC responde pelo Fies.
Segundo o Semesp, os problemas travam o atendimento de cerca de 75 mil alunos. Além disso, o valor total de certificados atrasados pelas instituições em decorrência das dificuldades supera R$ 550 milhões. O levantamento foi realizado em outubro e segundo a entidade, o número não se modificou desde então.
As entidades, faculdades e o MEC se reuniram ontem em Brasília para discutir como superar as dificuldades. “Tanto os estudantes quanto as instituições estão pouco informados do potencial (de crescimento) que a nova lei permite”, disse o ministro Fernando Haddad, que anunciou a criação de um grupo permanente de trabalho para discutir os programas. Em relação aos problemas descritos pelo Semesp, o MEC afirma que não há falhas no atendimento ou no SisFies e que os certificados são liberados todos os meses, assim como o pagamento de tributos e a recompra de títulos.
No entanto, o MEC reconhece que os módulos de financiamento para alunos que trocaram de instituição ou de curso ainda não está disponível. A recomendação para as instituições é para que confirmem as matrículas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.