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Fachin proíbe Cristiane Brasil de entrar no Ministério do Trabalho

Deputada também não pode manter contato com os demais investigados na ação da PF

Cristiane Brasil: deputada está proibida de entrar no prédio do Ministério do Trabalho (Wilson Dias/Agência Brasil)

Cristiane Brasil: deputada está proibida de entrar no prédio do Ministério do Trabalho (Wilson Dias/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de junho de 2018 às 14h55.

Última atualização em 12 de junho de 2018 às 14h59.

Brasília - A deputada federal Cristiane Brasil (PTB) está proibida de entrar no prédio do Ministério do Trabalho. Por decisão do ministro Luiz Edson Fachin, no âmbito da Registro Espúrio, ela também não pode manter contato com os demais investigados na ação da PF que mira fraudes na Secretaria de Relações do Trabalho da pasta.

O gabinete e o apartamento funcional de Cristiane foram alvo de busca e apreensão nesta terça-feira, 12, na segunda fase da operação da PF, autorizada pelo ministro Fachin.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, indícios "de que a parlamentar integra a organização criminosa que atua no Ministério foram descobertos a partir da análise de telefones celulares de Renato Araújo Júnior, então servidor do Ministério do Trabalho, membro do núcleo administrativo da suposta organização criminosa, e o suplente de deputado federal Wilson Santiago Filho (PTB-PB).

Segundo o pedido da PGR, foram encontradas trocas de mensagens entre a deputada e Araújo, que seria seu braço direito no MTE, "atuando em conformidade com os interesses desta no exercício da função pública".

"Além de orientar o servidor em relação a como agir na análise de pedidos, há inclusive mensagens que tratam da cobrança de valores previamente combinados. Também foram mencionadas mensagens de texto que fazem referência a Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e pai de Cristiane Brasil", afirma a Procuradoria, por meio de nota.

De acordo com relatório de análise telemática, o servidor da secretaria de Relações do Trabalho, que atendia a interesses de membros do PTB, disse a Wilson Filho que tinha "priorizado ao máximo o senhor, Deley e Cristiane Brasil". O pedido do servidor Renato era que petebistas reforçassem o "protagonismo" dele na Secretaria de Relações do Trabalho. A sustentação dele vinha do apoio do partido, incluindo do presidente, Roberto Jefferson, pai da deputada.

O delegado Leo Garrido, na ocasião, ao falar sobre Cristiane Brasil, Deley e o deputado estadual de São Paulo Campos Machado, todos petebistas, disse que "os indícios constantes nos autos ainda não são aptos a comprovar o envolvimento deles com a Orcrim (organização criminosa)". "Faz-se necessário o aprofundamento das investigações, com vistas a aferir a possível participação de tais parlamentares neste esquema criminoso", afirmou o delegado Leo Garrido no documento datado de 2 de maio.

Cristiane é filha do presidente do PTB Nacional, Roberto Jefferson, que também é alvo da Registro Espúrio. Pivô do escândalo do Mensalão do PT, o ex-deputado também teve seus endereços vasculhados pela PF.

Defesa

"A Deputada Cristiane Brasil recebeu os procedimentos investigativos com tranquilidade, pois não tem papel nas decisões tomadas pelo Ministério do Trabalho, além das relações partidárias", disse sua assessoria em nota. "Espero que as questões referentes sejam esclarecidas com brevidade e meu nome limpo", disse a deputada, de acordo com a nota.

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