RIO DE JANEIRO: Apesar de adiamento da votação sobre a Cedae, protesto segue marcado para amanhã / Tânia Rego/Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 17h58.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h41.
Exército no Rio
As Forças Armadas atuarão para manter a segurança também no Rio de Janeiro. Além de confrontos entre manifestantes e PMs na região da Assembleia Legislativa do Rio, que vota um pacote de ajustes enviado pelo governo, parentes de policiais militares fazem um ato na porta de batalhões para impedir o patrulhamento. “O governo federal resolveu colocar as Forças Armadas à disposição de toda e qualquer hipótese de desordem no território brasileiro”, disse o presidente Michel Temer nesta segunda-feira. No estado vizinho, o Espírito Santo, a crise de segurança deixou quase 146 mortos em dez dias. No Rio, há mobilizações em 27 dos 39 batalhões, mas não há dados de incidentes causados especificamente por falta de policiamento.
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Venda da Cedae
A Assembleia Legislativa do Rio adiou novamente a votação do projeto de lei que autoriza a venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos e a captação de 3,5 bilhões de reais em empréstimo para o pagamento de salários de servidores. A matéria entraria em plenário nesta terça-feira 14, mesma data e horário da manifestação pública contra a privatização da empresa. A data foi mudada, segundo o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), por causa do adiamento da reunião prevista para hoje no Colégio de Líderes. A votação está para ocorrer desde o dia 9 de fevereiro, mas o texto recebeu 212 emendas que precisam ser discutidas entre os deputados estaduais. A manifestação continua agendada para amanhã.
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Sem acordo no Supremo
O Supremo Tribunal Federal negou ação judicial do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que pedia antecipação de cláusulas do acordo de resgate financeiro ao estado. O Rio contava com a suspensão da aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para pegar empréstimos e aliviar a situação fiscal do estado. Assim, o governo federal e o estado do Rio de Janeiro terão um prazo de 30 dias para aprovar no Congresso e na Alerj as medidas e dar prosseguimento ao acordo. “Findo esse prazo, vou verificar quais são as providências judiciais passíveis de ser tomadas”, afirmou o ministro do Supremo Luiz Fux, relator da ação de Pezão.
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Xô, greve
O presidente Michel Temer anunciou nesta segunda-feira que vai enviar ao Congresso o projeto de lei de greve. A ideia é impedir a paralisação de serviços essenciais, como a Polícia Militar. Temer não detalhou quais categorias o texto regulamentará. Disse apenas que a decisão “nada tem a ver com a insurgência” da PM do Espírito Santo, mas com a previsão de greves em diversos setores, que, em razão da crise, ficarão sem receber os reajustes que estão pleiteando. “Se outros episódios [de paralisação de policiais] vierem a verificar-se, aplicar-se-á única e tão somente o texto constitucional”, afirmou.
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PF sob manutenção
A Associação dos Delegados da Polícia Federal organizou ofício solicitando a troca de Leandro Daiello como diretor-geral da corporação. O texto foi encaminhado nesta segunda-feira ao presidente Michel Temer (PMDB), responsável pela troca e indicação de outro nome. A associação pede que sejam considerados os nomes de uma lista tríplice votada pelos delegados. “[A mudança] é salutar para a instituição e para a continuidade das grandes operações policiais”, diz a carta. Há seis anos no cargo, Daiello é responsável, na visão da ADPF, pela saída de delegados que integravam a força-tarefa da Lava-Jato e por prejuízo às investigações correntes.
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Doria viajante
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), iniciou nesta segunda-feira a apresentação de projetos de privatização em São Paulo a fundos de investimento nos Emirados Árabes Unidos. Foram tratados terminais rodoviários, em que pretende conceder em troca da instalação de ar-condicionado, creches e até unidades do Poupa Tempo, a venda do Autódromo de Interlagos, do Complexo do Anhembi e planos de concessão do Estádio do Pacaembu. Os fundos visitados foram o Mubadala e Adia, com passagem pela Câmara de Comércio de Abu Dhabi. As despesas da viagem estão sendo pagas pelos árabes.