Delator diz que Odebrecht queria barrar colaboração
França declarou que o executivo Luiz Eduardo Soares, da Odebrecht, pediu que "fosse colocado em contato com as autoridades de Antígua
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2016 às 17h26.
São Paulo - O delator Luiz Augusto França, empresário do setor financeiro ligado ao "banco da propina" da Odebrecht , declarou à Procuradoria da República que um dos executivos da empreiteira tentou barrar uma possível colaboração de Antígua, paraíso fiscal no Caribe, com a força-tarefa da Operação Lava Jato .
Em seu termo de colaboração número 1, França declarou que o executivo Luiz Eduardo Soares, da Odebrecht, pediu que "fosse colocado em contato com as autoridades de Antígua para que tratasse das investigações da Lava Jato no Brasil e de eventual implicações na ilha, tendo em vista o volume das transações financeiras havidas naquele País".
Luiz Eduardo Soares é réu em ação penal na Lava Jato sobre o "Setor de Operações Estruturadas" da empreiteira, alvo da 23.ª etapa da Lava Jato, que levou à prisão o publicitário João Santana - marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma -, sua mulher e sócia, Mônica Moura, além do próprio Borin.
Foi a partir da Operação Acarajé - assim batizada em referência a um dos nomes usados nas planilhas da contabilidade paralela da Odebrecht para propinas - que a força-tarefa da Lava Jato chegou ao núcleo dos pagamentos ilícitos da empreiteira.
Em Antígua ficava a sede do Antigua Overseas Bank, primeiro banco usado pela empreiteira para pagar propina no exterior, e do Meinl Bank Antígua, segunda instituição que a Odebrecht usava para os pagamentos fora do Brasil.
Luiz França e seus sócios nos bancos, Vinicius Borin e Marco Bilisnki, fecharam delação premiada e começaram a contar como se davam as transferências de recursos da Odebrecht fora do País por meio dos dois bancos.
"O declarante (Luiz Augusto França) colocou Luiz Eduardo em contato com Casroy James que se incumbiu de realizar essa aproximação; que o declarante e Luiz Eduardo foram apresentados por Casroy ao primeiro ministro em setembro de 2015; que nessa conversa Luiz Eduardo levou ao conhecimento do primeiro ministro que haviam sido feitas muitas operações no sistema financeiro antiguano e que a investigação no Brasil poderia acarretar um impacto negativo na ilha", declarou Luiz Augusto França.
O delator afirmou que não participou da conversas posteriores, "mas tem conhecimento de que foram realizadas outras reuniões entre Luiz Eduardo, na condição de representante da Odebrecht e as autoridades antiguanas".
"Na reunião que participou, a pretensão de Luiz Eduardo era que as autoridades de Antígua não colaborassem com as autoridades brasileiras, embora não tenha sido falado expressamente; Que foi constituída uma comissão pelas autoridade de Antígua, mas sem qualquer indicativo de que obstariam qualquer colaboração; ao contrário, as autoridades de Antígua já atenderam pedidos de cooperação do Brasil em relação à Operação Lava Jato", relatou França.
Defesa
A Odebrecht informou que não vai comentar.
São Paulo - O delator Luiz Augusto França, empresário do setor financeiro ligado ao "banco da propina" da Odebrecht , declarou à Procuradoria da República que um dos executivos da empreiteira tentou barrar uma possível colaboração de Antígua, paraíso fiscal no Caribe, com a força-tarefa da Operação Lava Jato .
Em seu termo de colaboração número 1, França declarou que o executivo Luiz Eduardo Soares, da Odebrecht, pediu que "fosse colocado em contato com as autoridades de Antígua para que tratasse das investigações da Lava Jato no Brasil e de eventual implicações na ilha, tendo em vista o volume das transações financeiras havidas naquele País".
Luiz Eduardo Soares é réu em ação penal na Lava Jato sobre o "Setor de Operações Estruturadas" da empreiteira, alvo da 23.ª etapa da Lava Jato, que levou à prisão o publicitário João Santana - marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma -, sua mulher e sócia, Mônica Moura, além do próprio Borin.
Foi a partir da Operação Acarajé - assim batizada em referência a um dos nomes usados nas planilhas da contabilidade paralela da Odebrecht para propinas - que a força-tarefa da Lava Jato chegou ao núcleo dos pagamentos ilícitos da empreiteira.
Em Antígua ficava a sede do Antigua Overseas Bank, primeiro banco usado pela empreiteira para pagar propina no exterior, e do Meinl Bank Antígua, segunda instituição que a Odebrecht usava para os pagamentos fora do Brasil.
Luiz França e seus sócios nos bancos, Vinicius Borin e Marco Bilisnki, fecharam delação premiada e começaram a contar como se davam as transferências de recursos da Odebrecht fora do País por meio dos dois bancos.
"O declarante (Luiz Augusto França) colocou Luiz Eduardo em contato com Casroy James que se incumbiu de realizar essa aproximação; que o declarante e Luiz Eduardo foram apresentados por Casroy ao primeiro ministro em setembro de 2015; que nessa conversa Luiz Eduardo levou ao conhecimento do primeiro ministro que haviam sido feitas muitas operações no sistema financeiro antiguano e que a investigação no Brasil poderia acarretar um impacto negativo na ilha", declarou Luiz Augusto França.
O delator afirmou que não participou da conversas posteriores, "mas tem conhecimento de que foram realizadas outras reuniões entre Luiz Eduardo, na condição de representante da Odebrecht e as autoridades antiguanas".
"Na reunião que participou, a pretensão de Luiz Eduardo era que as autoridades de Antígua não colaborassem com as autoridades brasileiras, embora não tenha sido falado expressamente; Que foi constituída uma comissão pelas autoridade de Antígua, mas sem qualquer indicativo de que obstariam qualquer colaboração; ao contrário, as autoridades de Antígua já atenderam pedidos de cooperação do Brasil em relação à Operação Lava Jato", relatou França.
Defesa
A Odebrecht informou que não vai comentar.