Sergio Moro: ministro usou sua recém inaugurada conta no Twitter para se manifestar (Twitter Sergio Moro/Divulgação)
Tamires Vitorio
Publicado em 16 de abril de 2019 às 19h49.
Última atualização em 16 de abril de 2019 às 20h12.
São Paulo — O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, reagiu nesta terça-feira (16) a uma crítica do diretor de cinema, José Padilha, sobre seu pacote anticrime.
Em coluna no jornal Folha de S.Paulo, o diretor de Tropa de Elite afirmou que as medidas propostas pelo ex-juiz vão "fortalecer milícias".
Segundo ele, Moro "finge não saber o que é milícia porque perdeu sua independência e hoje trabalha para a família Bolsonaro".
Logo depois que o artigo foi publicado, o ministro aproveitou sua recém inaugurada conta no Twitter para se pronunciar sobre a fala do diretor e defender seus projetos. Moro disse que as opiniões do cineasta são "excesso de ficção".
De uma forma estranha, apesar disso tudo, para alguns virou um projeto em favor de milícia ou da máfia. Excesso de ficção.
— Sergio Moro (@SF_Moro) April 16, 2019
Em seu texto, Padilha elogia as propostas do pacote de Moro para a corrupção, mas questiona as de combate ao crime.
Ele também diz que cometeu um erro ao apoiar a atuação de Moro na Lava Jato ao chamá-lo, à época, de "samurai ronin" (um samurai que não possuía líderes no Japão feudal).
Para o diretor, o projeto anticorrupção de Moro é "um pacote pró-máfia" e o juiz se tornou o "antiFalcone".
A referência é ao juiz italiano Giovanni Falcone que trabalhou contra a máfia Cosa Nostra siciliana e foi inspiração declarada de Moro para seu trabalho na Lava Jato.
O texto do Projeto de Lei Anticrime traz alterações em 14 leis brasileiras. As mudanças afetariam o Código Penal, Código de Processo Penal, Lei de Execução Penal, Lei de Crimes Hediondos e o Código Eleitoral, entre outros.