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EXAME/IDEIA: Para 52%, culpa da vacinação atrasada é de Bolsonaro

O governo federal já garantiu a compra de mais de 300 milhões de doses da vacina, mas aplicou 11 milhões em dois meses

Presidente Jair Bolsonaro: manifestantes pedem impeachment e celeridade na vacinação. (Adriano Machado/Reuters)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 14 de março de 2021 às 08h10.

Última atualização em 14 de março de 2021 às 09h11.

Na próxima semana, o Brasil vai completar dois meses desde que a primeira pessoa foi imunizada contra a covid-19. Neste período, o país aplicou pelo menos a primeira dose em mais de 9,5 milhões de pessoas, o equivalente a 4,5% da população. Apesar de ter tradição em grandes campanhas de imunização, o Brasil está atrás de países como Estados Unidos, Israel, Chile e Reino Unido.

Para 52% dos brasileiros, a culpa deste atraso na vacinação é do presidente Jair Bolsonaro . Entre os entrevistados, 19% consideram que a responsabilidade é dos governadores, e outros 4% entendem que é dos prefeitos.

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Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 8 e 10 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ler o relatório completo.

-(EXAME/Exame)

“E esse levantamento mostra que a avaliação do presidente é diretamente influenciada pelo ritmo de vacinação. Os entrevistados que o desaprovam o governo mostram Bolsonaro como principal responsável pela vacinação lenta. Esta percepção é mais forte no Nordeste [60%] e nos entrevistados de ensino superior [64%]”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.

De acordo com o Ministério da Saúde, o governo federal já comprou mais de 300 milhões de doses da vacina contra a covid-19. Os dois principais fornecedores são a Fiocruz/AstraZeneca (112 milhões) e o Instituto Butantan/Sinovac (100 milhões). Há ainda mais 42,5 milhões de vacinas compradas pelo consórcio Covax Facility, e mais 20 milhões do laboratório indiano Bharat Biotech.

Apesar de ter fechado um montante capaz de imunizar mais da metade da população, somente 18 milhões foram distribuídas, sendo 11 milhões já aplicadas - contando a primeira e a segunda dose -, segundo dados do Ministério da Saúde. Esta demora fez com que o governo federal revisse para baixo as projeções de distribuição de vacinas para o mês de março. A meta é vacinar todo o grupo prioritário, composto por 77 milhões de pessoas, até o fim deste ano.

Aprovação de Bolsonaro cai para 26%

O ritmo lento de vacinação no Brasil e a indefinição sobre o retorno do auxílio emergencial voltam a impactar a aprovação do presidente Jair Bolsonaro, que caiu de 31% para 26% nos últimos 15 dias. Após uma recuperação em fevereiro, o percentual é o mesmo registrado no início de janeiro e um dos pontos mais baixos em dois anos. Já a desaprovação ao governo aumentou para 45%.

Entre os que têm ensino superior, 63% desaprovam a gestão do presidente. Na parcela de jovens, entre 18 e 24 anos, a desaprovação é de 53% - ante 21% dos que aprovam o governo Bolsonaro. O melhor desempenho do presidente é na região Norte (36%), e entre os evangélicos (37%).

"A baixa oferta de vacina e um vácuo de auxílio emergencial são as duas variáveis que afetam hoje a avaliação e aprovação presidencial", diz Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto especializado em opinião pública.

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