EXAME/IDEIA: empate entre Freixo e Castro por disputa ao governo do Rio
Com nomes ligados a Lula e Bolsonaro, eleição no Rio deve espelhar polarização na disputa ao Palácio do Planalto em 2022
Gilson Garrett Jr
Publicado em 27 de agosto de 2021 às 06h10.
Última atualização em 27 de agosto de 2021 às 06h54.
A eleição para o governo do Rio de Janeiro tende a espelhar as forças políticas que devem disputar a presidência da República em 2022. O atual governador, Cláudio Castro (PL), aparece com 21% das intenções de voto, e Marcelo Freixo (PSB), com 22%, segundo a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA.
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Castro é mais alinhado a Jair Bolsonaro (sem partido), que nas sondagens aparece em s egundo lugar na disputa ao Palácio do Planalto. Já Freixo representa a força política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceria todos os cenários - incluindo contra Bolsonaro - para assumir o cargo de presidente para um terceiro mandato.
Em junho, o deputado federal saiu do PSOL e se filiou ao PSB. Na época, Freixo disse que a troca teria o objetivo de "derrotar o bolsonarismo". A mudança veio após conversas com Lula. Nos bastidores, há o entendimento de que o PT vai abrir mão de candidatura própria e apoiar Freixo ao governo do estado.
A pesquisa EXAME/IDEIA ouviu 2.000 pessoas entre os dias 23 e 26 de agosto. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A sondagem é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. A margem de erro é de 1,85 ponto porcentual para mais ou para menos.
Na avaliação de Maurício Moura, fundador do IDEIA, o Rio de Janeiro, reduto político do presidente Bolsonaro, tem o efeito o que ele chama de ‘nacionalização’. “Há muitas semelhanças entre a eleição nacional e local. O bolsonarismo se aglutina a Castro, enquanto os petistas se unem a Freixo”, diz.
O atual governador do Rio de Janeiro foi eleito na chapa como vice, ao lado de Wilson Witzel (PSC), afastado após um processo de impeachment em abril deste ano. O ex-governador conseguiu uma ascensão meteórica na preferência dos fluminenses, colando sua imagem a Bolsonaro. Mas logo que assumiu o poder, rompeu com o presidente após desavenças. Assim que passou a comandar o Palácio Guanabara, Castro mostrou mais proximidade com Bolsonaro.
A pesquisa EXAME/IDEIA também perguntou sobre a avaliação do governo de Castro. Para 35%, ele é ruim ou péssimo. Os que avaliam o governo como bom ou ótimo somam 21%. Os que entendem a gestão do governo como regular são 35%.
Paes em terceiro
Na sondagem da disputa pelo governo do Rio de Janeiro, também foi testado o nome do atual prefeito da capital do estado, Eduardo Paes (PSD). Apesar de ter uma gestão bem avaliada, ele aparece com 16% das intenções de voto.
Para Maurício Moura, o prefeito da capital fluminense não está em uma colocação de rivalidade com os outros dois candidatos porque o eleitor não o entende como postulante ao governo do estado. “As pessoas não acham que ele seja candidato e, por isso, não o escolhem”, explica.
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