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Ex-prefeito de Ferraz é acusado de desvios na compra de milhões de pães

Quantidade de alimentos era o bastante para abastecer escolas e creches por seis anos

Pães: ex-prefeito comprou 6,3 milhões de unidades do alimento em 17 meses (Fernando Frazão/VEJA)

Pães: ex-prefeito comprou 6,3 milhões de unidades do alimento em 17 meses (Fernando Frazão/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2019 às 07h43.

Última atualização em 21 de maio de 2019 às 07h44.

São Paulo - Preso preventivamente, o ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos (SP) Acir Filló é alvo de mais uma ação penal, desta vez, envolvendo supostos desvios milionários na compra de milhões de pãezinhos para a merenda escolar do município situado na região Leste da Grande São Paulo.

Segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público em Guarulhos, em 2014, foram adquiridas 6,3 milhões de unidades do alimento em 17 meses, o bastante para abastecer escolas e creches por seis anos.

O Ministério Público Estadual ainda aponta que os valores desviados chegaram às contas de pessoas próximas a um ex-secretário municipal que também é condenado por lavar dinheiro a lideranças do PCC, a facção criminosa que domina presídios paulistas e em outras regiões do país.

De acordo com o Centro de Apoio à Execução, órgão de perícia do Ministério Público, "a Administração Pública pagou, nesta licitação, um preço até 37% superior pelo pão francês". "Quanto ao preço do pão de cachorro-quente o superfaturamento chegou a 100%", informa o laudo da Promotoria.

"Ainda que se considerasse o fornecimento de pães para todos os alunos matriculados na rede municipal de ensino, além de todos os alunos da rede estadual (...), foram comprados pães suficientes para 435 dias letivos, ou seja, 2 anos letivos", crava o Ministério Público.

Segundo os promotores, "durante a vigência deste contrato e do convênio, se a Prefeitura tivesse adquirido apenas a quantidade indicada pela Secretaria de Educação e pago o valor de mercado pelos produtos teria gasto R$ 2.896.083,62 a menos do que gastou".

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido o posicionamento do ex-prefeito.

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