Dilma e Lula na convenção do PT que oficializou a candidatura dela à reeleição (Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2014 às 13h39.
São Paulo - Apesar do pacto de lealdade que existe entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, assessores de ambos têm tido embates nos bastidores da campanha.
A informação, que vem sendo publicada em reportagens recentes, agora foi confirmada pelo jornalista Ricardo Kotscho, ex-porta-voz de Lula e figura próxima ao ex-presidente.
Em texto publicado em seu blog no portal R7, Kotscho vê Dilma "cada vez mais sozinha na estrada, com a campanha à reeleição mostrando rachaduras no governo, no partido e na base aliada".
"De um lado, Franklin Martins e Gilberto Carvalho, mais próximos a Lula, defendem uma estratégia ofensiva contra a oposição e a mídia aliada; de outro, os colaboradores mais próximos de Dilma, tendo à frente o marqueteiro João Santana, preferem tocar o barco sem fazer marola até começar a propaganda na TV", escreve Kotscho.
Ele lembra que "raros são os que saem em defesa das políticas de governo, mesmo entre seus ministros" e que algumas das lideranças empresariais que apoiaram Dilma em 2010 "agora estão na moita ou pularam para o outro lado".
Kotscho afirma que Aécio, até aqui, preocupou-se apenas em criticar o governo "sem apresentar propostas viáveis para os problemas que o país enfrenta".
O jornalista vê o quadro econômico como um adversário para a presidente Dilma, mas ressalta que Aécio, pela primeira vez na campanha, passou "de estilingue a vidraça" com as denúncias sobre a construção do aeroporto em Cláudio, Minas Gerais.
Ele critica a cobertura da imprensa, que chama de "amiga" de Aécio, e conclui: "Muita água ainda vai correr por baixo da ponte nesta campanha eleitoral".