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Ex-dirigente contesta relatório da CGA sobre cartel

A CGA é vinculada à Casa Civil do Governo e investiga a conduta de agentes públicos supostamente envolvidos com o cartel metroferroviário


	Metrô: em petição subscrita por advogada, Ilana Müller, engenheiro Ivan Generoso aponta "inúmeras inconsistências, confusão, erros" em documento da Corregedoria
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Metrô: em petição subscrita por advogada, Ilana Müller, engenheiro Ivan Generoso aponta "inúmeras inconsistências, confusão, erros" em documento da Corregedoria (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 17h45.

São Paulo - O engenheiro Ivan Generoso, funcionário do Metrô há 36 anos, pediu arquivamento da investigação da Corregedoria Geral da Administração (CGA) que, em relatório preliminar datado de 8 de janeiro, lançou suspeitas sobre sua evolução patrimonial.

A CGA é vinculada à Casa Civil do Governo e investiga a conduta de agentes públicos supostamente envolvidos com o cartel metroferroviário que teria operado no sistema de transporte de massa do governo de São Paulo, período 1998/2008 - gestões Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.

Em petição subscrita por sua advogada, Ilana Müller, ele aponta "inúmeras inconsistências, confusão, erros" no documento da Corregedoria, que lhe atribui, por exemplo, ganho de 882,33% na aquisição de ações, em 2010, "porcentual a ser esclarecido ante a valorização acionária".

Generoso é um dos 15 executivos e ex-dirigentes do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) citados em relatório preliminar da CGA na investigação do cartel.

O engenheiro sustenta que a "equivocada conclusão" diverge do parecer do próprio contador do Departamento de Controle Estratégico da CGA. "Após acurada análise das declarações de imposto de Renda do sr. Ivan, no período de 2008 a 2012, o Departamento de Controle Estratégico concluiu que a variação patrimonial está compatível com os rendimentos", assinala Ilana Müller.

Ele afirma que não conhece o engenheiro Everton Rheinheimer, ex-executivo da Siemens e delator do cartel metroferroviário.

"A evolução do patrimônio do sr. Ivan é compatível com seus ganhos", reitera a advogada.

Ilana Müller esclarece que os rendimentos do engenheiro são decorrentes de seu trabalho no Metrô, da venda de imóveis recebidos em doação dos pais em 1979 e 1981, da aposentadoria junto ao INSS ocorrida em março de 2010, que além do salário benefício lhe proporciona receber mensalmente o valor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço depositado em conta corrente na Caixa Econômica Federal.

Além disso, destaca a advogada, Generoso fez o resgate do saldo do FGTS acumulado até a data da aposentadoria e também realizou a venda de ações da Petrobras e da Vale, adquiridas em 2000 e em 2002 por meio do Fundo Mútuo de Privatização (FMP) FGTS, criado pelo governo federal naquela época "e acessível a todos os trabalhadores brasileiros que dispunham de saldo no Fundo".

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