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Ex-diretor da Dersa rejeita apelido e nega acusações na CPI

Conhecido pelo apelido de Paulo Preto, Paulo Vieira de Souza rejeitou a acusação e a alcunha, e também disse que ela é proveniente de preconceito racial

O engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal rodoviária do governo de São Paulo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal rodoviária do governo de São Paulo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 14h35.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2018 às 15h17.

Brasília — O ex-diretor da Dersa, estatal paulista responsável por obras de transportes, Paulo Vieira de Souza disse à CPI do Cachoeira nesta quarta-feira que nunca se envolveu em arrecadação de recursos para campanhas eleitorais e se disse vítima de inimigos desconhecidos.

Conhecido pelo apelido de Paulo Preto, Souza rejeitou a alcunha e disse que ela é proveniente de preconceito racial.

"Nunca atuei em área financeira de candidato ou partido durante campanha", disse.

O ex-diretor chegou a ser acusado por membros do PSDB durante a campanha eleitoral de 2010 de ter arrecadado doações de 4 milhões de reais para o candidato tucano à Presidência, José Serra, e fugido com os recursos segundo matérias publicadas pela mídia à época.

Souza disse que pessoas que nunca lhe viram ou lhe cumprimentaram fizeram essas acusações. E nominou pelo menos dois tucanos que teriam o acusado: o secretário de energia do governo de São Paulo, José Anibal, e ex-tesoureiro adjunto do PSDB na campanha de Serra, Evandro Losacco.

O ex-diretor disse que move 16 processos civis e criminais contra órgãos de imprensa e pessoas que o teriam caluniado.

"É covardia de quem o denunciou... Eu queria saber quem é meu inimigo. Eu gostaria de saber", disse.

Ele foi convocado à CPI para explicar outras denúncias feitas pelo ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot de que parte dos recursos gastos num aditivo contratual na obra do rodoanel em São Paulo teriam sido desviadas para um suposto caixa dois de campanha de Serra.

Souza disse que a obra teve um aditivo de 264 milhões de reais, "o menor aditivo de obra pública no país". Essa valor adicional só foi feito depois que foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público e a Dersa.


Ele acrescentou ainda que se a obra não fosse feita pelo sistema de empreitada global a obra teria saído muito mais cara. "Quando transformamos de preço unitário em preço global foi um desconto de 100 milhões de reais, só para assinar preço global", argumentou.

Na terça-feira, Pagot disse que o Dnit não assinou o TAC por discordar do acréscimo ao valor da obra e amenizou a denúncia feita à mídia, e disse que não tinha como provar o que teria dito.

"Isto é uma conversa de bêbado, de botequim. Isso é conversa que não se pode provar. Essa foi a observação que fiz ao repórter. Posteriormente, o repórter usou o que quis (da entrevista)", argumentou Pagot à comissão na terça.

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