Brasil

Ex-deputado ironiza adversários na Lista de Fachin e tem surpresa

Após seguidor no Facebook avisá-lo que estava na lista, Santiago relativizou o fato e disse que, no seu caso, a Justiça ainda vai decidir se abre inquérito

Paulo Rubem Santiago: "Vamos ver suas respostas. Que tudo seja investigado. Com transparência, sem qualquer tipo de sigilo. E vem mais por ai", escreveu (foto/Divulgação)

Paulo Rubem Santiago: "Vamos ver suas respostas. Que tudo seja investigado. Com transparência, sem qualquer tipo de sigilo. E vem mais por ai", escreveu (foto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de abril de 2017 às 20h40.

Última atualização em 13 de abril de 2017 às 21h11.

Recém-filiado ao PSOL de Pernambuco, o ex-deputado federal Paulo Rubem Santiago foi traído, na terça-feira, 11, ao ironizar a presença de adversários políticos na lista de alvos de pedidos de inquéritos baseados na delação premiada da Odebrecht.

A relação dos inquéritos que envolvem autoridades com foro privilegiado foi publicada com exclusividade pelo Grupo Estado às 16 horas daquele dia.

"Ministro Fachin aperta o cerco e toca inquéritos para todos os lados. Novidades: Pernambuco está bem representado no time a ser investigado. Vai do ex-Prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Vado da Farmácia, passa por ex-governador e Senador, atual Deputado Federal Jarbas Vasconcelos, segue pelo Senador Fernando Bezerra Coelho e pelo "Ministro" de Temer, Bruno Araújo. Vamos ver suas respostas. Que tudo seja investigado. Com transparência, sem qualquer tipo de sigilo. E vem mais por ai", escreveu em sua página no Facebook o ex-deputado, que deixou a Câmara em 2014 após três mandatos.

Horas depois, foi avisado por um seguidor: "Seu nome está na lista Paulo!"

Comentários em postagem do ex-deputado Paulo Rubem Santiago

Comentários em postagem do ex-deputado Paulo Rubem Santiago (Facebook/Reprodução)

O nome do ex-deputado consta em petição enviada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), à Justiça Federal de Pernambuco. A relação das petições enviadas a instâncias inferiores foi divulgada pelo Supremo pouco depois de o Estado divulgar as decisões sobre os primeiros inquéritos. Como Santiago não tem foro privilegiado, caberá a um juiz de primeira instância decidir sobre a abertura de investigação.

No documento, Fachin relata que "colaboradores" da Odebrecht noticiam o pagamento de R$ 76 mil à campanha de Santiago à Câmara em 2010. "Afirma que o referido valor foi transferido por meio do Setor de Operações Estruturadas e que há registro no Sistema 'Drousys'", escreve Fachin na petição. Drousys é o nome do sistema usado pela Odebrecht para pagar propina.

Após o aviso do usuário, Santiago relativizou a lista e disse que, no seu caso, a Justiça ainda vai decidir se abre inquérito ou arquiva o pedido da procuradoria.

"Meu nome, em documento que é público, tem uma citação de aporte de R$ 76 mil para campanha, citação que será remetida a Justiça Federal, que pode arquivar, abrir inquérito ou não. E não há citação referente à propina ou troca de interesses entre as empresas e qualquer ato eventualmente cometido por mim. Entendeu agora? Vamos manter as informações corretas para atender ao interesse público."

No dia seguinte, o ex-deputado, que já foi filiado ao PT e ao PDT, voltou às redes sociais e publicou um longo texto em que se defende e diz estar "tomando as providências necessárias para conhecer o teor da petição ora encaminhada à Justiça Federal de Pernambuco."

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoDelação premiadaEdson FachinMarcelo OdebrechtOperação Lava JatoPolíticosPSOL – Partido Socialismo e LiberdadeSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Luciano Hang é condenado à prisão pela Justiça do RS por ataques a arquiteto

Com atraso, abrangência menor e sem Lula, governo lança programa Voa Brasil para aposentados de INSS

Como é feito o cálculo do FGTS?

Mais na Exame