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Ex-agente diz que viu 75 mortos antes da entrada da PM

Agente penitenciário relatou ter visto cerca de 75 corpos estendidos antes da entrada da Polícia Militar no Pavilhão 9 do Carandiru no dia do massacre

Presídio do Carandiru: Massacre do Carandiru ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante uma operação policial  (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 13h41.

São Paulo -O julgamento da terceira etapa do Massacre do Carandiru foi retomado hoje (18) com a oitiva de duas testemunhas de defesa, o ex-secretário de Segurança Pública Pedro Franco de Campos e o agente penitenciário Francisco Carlos Leme, chefe do plantão no dia do massacre, que falou pela primeira vez no tribunal.

Leme relatou ter visto cerca de 75 corpos estendidos antes da entrada da Polícia Militar (PM) no Pavilhão 9.

Segundo ele, cerca de 50 corpos estavam no pátio, “a maioria ferida por arma branca”.

De acordo com Leme, a PM só ingressou no local depois que ele saiu. “Fui o penúltimo a sair do Pavilhão 9”, disse o agente.

Questionado pelo advogado de defesa Celso Vendramini, Francisco Leme contou que ouviu estampidos de armas de baixo calibre nos andares superiores do pavilhão antes da entrada da polícia.

Leme disse que era comum encontrar revólveres no presídio, e que ele próprio havia apreendido três armas com presidiários no Carandiru.

Naquele dia 2 de outubro de 1992, desde o início da manhã, quando começou seu expediente, Leme disse que notou algo diferente no clima dentro do presídio. De acordo com o agente penitenciário, disputas ligadas ao tráfico de drogas deram início à briga no Pavilhão 9, que terminaram no massacre. “Foi uma briga entre eles [presos]”, afirmou Leme, lembrando que, um mês antes, avisou a direção do presídio sobre o "clima diferente", mas foi ignorado.


Os promotores Márcio Friggi de Carvalho e Eduardo Olavo Canto Neto, porém, apontaram muitas contradições no depoimento do agente penitenciário. Eles compararam o relato de hoje com depoimento dado por Leme na Polícia Civil cerca de dois meses após o massacre.

Na época, ele disse que ouviu estampidos de armas antes do ingresso do PM, mas que não podia precisar se os disparos vinham de dentro para fora ou de fora para dentro do Carandiru.

Em seu depoimento, o ex-secretário Pedro Franco Campos, que já tinha sido ouvido anteriormente pelo tribunal, reafirmou não ter nenhuma dúvida sobre a necessidade de entrada da Polícia Militar no Carandiru.

Assim que terminaram os depoimentos, o juiz Rodrigo Tellini Aguirre Camargo determinou recesso para o almoço. O julgamento será retomado daqui a pouco, às 14h30, com o interrogatório dos 15 réus, acusados da morte de oito presos que ocupavam o quarto pavimento (ou terceiro andar).

O Massacre do Carandiru ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante uma operação policial destinada a reprimir uma rebelião no Pavilhão 9.

Na primeira etapa do julgamento, em abril do ano passado, 23 policiais foram condenados a 156 anos de reclusão, cada um, pela morte de 13 detentos.

Na segunda etapa, em agosto, 25 policiais foram condenados a 624 anos de reclusão, cada um, pela morte de 52 detentos que ocupavam o terceiro pavimento do Pavilhão 9.

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São Paulo -O julgamento da terceira etapa do Massacre do Carandiru foi retomado hoje (18) com a oitiva de duas testemunhas de defesa, o ex-secretário de Segurança Pública Pedro Franco de Campos e o agente penitenciário Francisco Carlos Leme, chefe do plantão no dia do massacre, que falou pela primeira vez no tribunal.

Leme relatou ter visto cerca de 75 corpos estendidos antes da entrada da Polícia Militar (PM) no Pavilhão 9.

Segundo ele, cerca de 50 corpos estavam no pátio, “a maioria ferida por arma branca”.

De acordo com Leme, a PM só ingressou no local depois que ele saiu. “Fui o penúltimo a sair do Pavilhão 9”, disse o agente.

Questionado pelo advogado de defesa Celso Vendramini, Francisco Leme contou que ouviu estampidos de armas de baixo calibre nos andares superiores do pavilhão antes da entrada da polícia.

Leme disse que era comum encontrar revólveres no presídio, e que ele próprio havia apreendido três armas com presidiários no Carandiru.

Naquele dia 2 de outubro de 1992, desde o início da manhã, quando começou seu expediente, Leme disse que notou algo diferente no clima dentro do presídio. De acordo com o agente penitenciário, disputas ligadas ao tráfico de drogas deram início à briga no Pavilhão 9, que terminaram no massacre. “Foi uma briga entre eles [presos]”, afirmou Leme, lembrando que, um mês antes, avisou a direção do presídio sobre o "clima diferente", mas foi ignorado.


Os promotores Márcio Friggi de Carvalho e Eduardo Olavo Canto Neto, porém, apontaram muitas contradições no depoimento do agente penitenciário. Eles compararam o relato de hoje com depoimento dado por Leme na Polícia Civil cerca de dois meses após o massacre.

Na época, ele disse que ouviu estampidos de armas antes do ingresso do PM, mas que não podia precisar se os disparos vinham de dentro para fora ou de fora para dentro do Carandiru.

Em seu depoimento, o ex-secretário Pedro Franco Campos, que já tinha sido ouvido anteriormente pelo tribunal, reafirmou não ter nenhuma dúvida sobre a necessidade de entrada da Polícia Militar no Carandiru.

Assim que terminaram os depoimentos, o juiz Rodrigo Tellini Aguirre Camargo determinou recesso para o almoço. O julgamento será retomado daqui a pouco, às 14h30, com o interrogatório dos 15 réus, acusados da morte de oito presos que ocupavam o quarto pavimento (ou terceiro andar).

O Massacre do Carandiru ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante uma operação policial destinada a reprimir uma rebelião no Pavilhão 9.

Na primeira etapa do julgamento, em abril do ano passado, 23 policiais foram condenados a 156 anos de reclusão, cada um, pela morte de 13 detentos.

Na segunda etapa, em agosto, 25 policiais foram condenados a 624 anos de reclusão, cada um, pela morte de 52 detentos que ocupavam o terceiro pavimento do Pavilhão 9.

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