Eunício se reúne com Maia para discutir fundo eleitoral
A ideia é que o Senado vote a proposta ainda hoje; uma das mudanças discutidas no texto é a redução para 30% do porcentual das emendas destinadas ao fundo
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de setembro de 2017 às 17h35.
Brasília - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), se reuniu na tarde desta terça-feira, 26, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na Câmara dos Deputados , para discutir a votação de um fundo eleitoral destinado a financiar campanhas em 2018.
O encontro acontece depois do peemedebista promover um almoço para senadores em sua residência oficial na tentativa de conseguir consenso para que o tema seja apreciado em Plenário ainda nesta terça.
Segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que participou do almoço com Eunício, a ideia é que o Senado vote a proposta ainda hoje.
Uma das mudanças discutidas no texto é a redução de 50% para 30% do porcentual das emendas de bancadas destinadas ao fundo eleitoral.
Com isso, o montante repassado ao fundo deixaria de ser R$ 2,2 bilhões e passaria a ser somente R$ 1,3 bilhão.
Essa alteração é uma forma de reduzir a resistência de Rodrigo Maia em relação à proposta, que havia criticado o valor previsto inicialmente para o fundo, de R$ 3,6 bilhões.
No "enxugamento" do projeto, Eunício também pretende propor retirar do texto todos os artigos que não tenham relação direta com a criação do fundo.
Um dos exemplos é a permissão para partidos promoverem bingos e outros tipos de sorteio como forma de arrecadar dinheiro para as campanhas.
"Eunício vai procurar Maia para coordenar as coisas porque, se a gente faz as coisas descoordenadas, não dá mais tempo. Saiu da proposta tudo que é penduricalho, como bingos eleitorais, ficou apenas o fundo eleitoral e está certo que não sairá nada de saúde e educação. A ideia é votar a proposta do fundo eleitoral hoje", explicou.
Lindbergh afirmou ainda que está sendo debatida a possibilidade de Câmara e Senado destinarem R$ 400 milhões, cada uma, em despesas de custeio para contribuir com o fundo eleitoral.
Além disso, de acordo com o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), existe negociação para que o porcentual do fundo partidário destinado às fundações seja reduzido pela metade, mas somente em anos eleitorais.
"Na prática, seria uns 10% em 2018", afirmou à reportagem. Segundo ele, essa redução pode gerar pelo menos R$ 100 milhões extras para bancar as campanhas no próximo ano.