Dilma Rousseff: "Inclusive em suas viagem oficiais, a presidente Dilma não está a salvo de ser interceptada, já que a lista inclui o serviço de telefonia de satélite Inmarsat, de seu avião presidencial", diz comunicado (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2015 às 16h35.
Além de interceptar as conversas da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) espionou vários de seus ministros e embaixadores durante seu primeiro mandato, segundo documentos obtidos pelo Wikileaks e divulgados neste sábado pelo jornal O Globo.
Ministros da Economia, das Relações Exteriores, o presidente do Banco Central, e o chefe de gabinete de Dilma Rousseff, assim como os embaixadores na Alemanha, França, Estados Unidos e Genebra: todos foram espionados pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana, segundo novos documentos apresentados pelo Wikileaks.
"Inclusive em suas viagem oficiais, a presidente Dilma não está a salvo de ser interceptada, já que a lista inclui o serviço de telefonia de satélite Inmarsat, de seu avião presidencial", revela o comunicado.
A lista, com 29 contatos interceptados, traz novos detalhes sobre o escândalo de espionagem que começou em 2013 e que colocou a relação bilateral em um delicado período de espera.
Ao saber que suas conversas pessoais estavam sendo vigiadas, Dilma Rousseff adiou indefinidamente uma visita oficial aos Estados Unidos, que demorou dois anos para voltar à sua agenda.
Após árduas negociações, e com a necessidade de atrair investimentos em meio a um estancamento da economia brasileira, a mandatária voltou a Washington na semana passada e junto com Barack Obama alcançaram um "novo nível" da relação bilateral, dando por superado o escândalo de espionagem.
"Eu acredito no presidente Obama. Ele me disse que quando necessitar de alguma informação sobre o Brasil me fará uma ligação. Tenho a segurança de que as condições são diferentes agora", disse Dilma após a reunião com seu par americano.
"Se a presidente Dilma quer atrair novos investimentos americanos para o Brasil (...) como pode assegurar às empresas brasileiras que seus contrapartes americanos não terão vantagens a partir desta vigilância se não estiver segura de que a espionagem terminou?", afirmou o fundador do Wikileaks, Julian Assange, citado no comunicado divulgado neste sábado.
As novas revelações sobre o Brasil se somam à outras divulgadas nesta semana pelo Wikileaks, que aumentam as suspeitas de espionagem americana aos governos da França e da Alemanha.