EUA e Brasil discutem possível encontro de Biden e Lula na ONU
Biden e Lula falaram por telefone na quarta-feira sobre seus objetivos comuns em relação ao clima e outras questões, apesar de atritos recentes sobre a guerra na Ucrânia e as relações com a China
Agência de notícias
Publicado em 17 de agosto de 2023 às 15h01.
EUA e Brasil discutem um possível encontro dos presidentes Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral das Nações Unidas no próximo mês em Nova York, segundo três autoridades brasileiras, em meio a tensões nas relações entre os dois países.
Biden e Lula falaram por telefone na quarta-feira sobre seus objetivos comuns em relação ao clima e outras questões, apesar de atritos recentes sobre a guerra na Ucrânia e as relações com a China.
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Os funcionários que descreveram a possível reunião pediram anonimato porque a discussão não estava finalizada. O Conselho de Segurança Nacional dos EUA não quis comentar na noite de quarta-feira.
Biden, de acordo com um relato da Casa Branca sobre a ligação, prometeu pedir ao Congresso US$ 500 milhões em cinco anos para um fundo para promover o reflorestamento na Amazônia e “ajudar a mobilizar até US$ 1 bilhão para apoiar a restauração de terras degradadas no Brasil e na região amazônica por meio da U.S. International Development Finance Corporation”.
A conversa entre Biden e Lula ocorreu dias após a vitória do libertário radical Javier Milei nas eleições primárias da Argentina, que surpreendeu as Américas. O inesperado favorito para o pleito presidencial de outubro no país vizinho desdenha de Lula e outros líderes de esquerda latino-americanos como socialistas, e em entrevista à Bloomberg, descreveu seu relacionamento com Jair Bolsonaro como “excelente”. Milei também prometeu que, se eleito, sairá do Mercosul.
Ucrânia e China como pontos de divergências entre Lula e Biden
Embora Biden tenha elogiado a vitória de Lula sobre Bolsonaro no ano passado e tenha recebido o presidente na Casa Branca em fevereiro, o brasileiro mostrou pouco entusiasmo pela campanha internacional de Biden para armar e fortalecer a Ucrânia, observando em julho que “o mundo está começando a ficar cansado”.
Lula também se recusou a criticar Moscou por sua conduta no conflito, afirmando que os EUA e a Ucrânia deveriam ter se esforçado mais nas negociações com o presidente russo Vladimir Putin. E em um momento em que os EUA tenta isolar a China, Lula fez uma viagem de alto nível a Pequim em abril e disse que quer estreitar as relações Brasil-China.