Bolsonaro e Guaidó: autoproclamado presidente interino da Venezuela deu uma entrevista coletiva nesta tarde, em Brasília (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 15h38.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2019 às 15h38.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (28), em declaração ao lado do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que a esquerda gosta tanto de pobres que os multiplica.
Após reunião com Guaidó no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que o Brasil apoia o restabelecimento da democracia no país vizinho.
"Essa esquerda gosta tanto de pobre que acabou multiplicando-os. E a igualdade buscada por eles foi para baixo. Eu e Guaidó queremos uma igualdade por cima, de prosperidade", afirmou Bolsonaro.
O presidente fez um mea culpa ao afirmar que dois ex-presidentes brasileiros colaboraram com a atual situação de crise vivida pela Venezuela, em aparente referência aos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Para Bolsonaro, o Brasil caminhava para uma situação similar à que passa a Venezuela, mas que o povo acordou, numa referência à sua vitória eleitoral no ano passado.
"Nos interessa uma Venezuela próspera. Já te chamo de irmão, se assim me permite. Estamos juntos para que o sonho maior de qualquer homem e mulher seja estabelecido. Deus é brasileiro e venezuelano", completou o presidente.
Presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó fala após se reunir com o presidente @jairbolsonaro https://t.co/ivV65abs3f
— CanalGov (@canalgov) February 28, 2019
Guaidó vai ainda visitar os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O presidente interino venezuelano disse que irá voltar para o país latino ainda nesta semana, mesmo com as constantes ameaças contra sua vida.
"Temos um dever. Entregamos nossa vida ao serviço de um país, quero estar com nossa gente. O objetivo central do processo é olhar para o futuro. A minha geração cresceu nessa ditadura, não vimos outra coisa. Mas já estamos sentindo o futuro. Há esperança", afirmou.
O autoproclamado presidente interino da Venezuela chegou ao Brasil durante a madrugada desta quinta-feira.
Ele foi recebido com pompa no Palácio do Planalto, com tapete vermelho e recepção da guarda presidencial feita pelos Dragões da Independência.
Apesar de o Brasil reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, o encontro não é considerado uma visita de Estado e acontece no gabinete de Bolsonaro.
Antes da entrevista coletiva desta tarde, Guaidó almoçou na residência oficial do embaixador do Canadá e se reuniu com embaixadores de países que o reconhecem como presidente interino da Venezuela na representação da União Europeia no Brasil.