Ivan Monteiro: executivo já atuava como diretor financeiro e de relações com investidores na companhia (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de junho de 2018 às 20h36.
Última atualização em 4 de junho de 2018 às 15h27.
Brasília/Rio de Janeiro - O presidente Michel Temer indicou nesta sexta-feira o engenheiro Ivan Monteiro como novo presidente-executivo da Petrobras, em substituição a Pedro Parente, que pediu demissão do cargo nesta manhã, em meio a ataques à política de preços da estatal.
Em breve pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer afirmou que a escolha do executivo, que já atuava como diretor financeiro e de relações com investidores na companhia, é uma garantia de que o rumo da estatal será mantido.
Essa visão também foi apontada por alguns especialistas ouvidos pela Reuters, que veem Monteiro como bem qualificado para a função, enquanto fontes na Petrobras dizem que ele era o nome preferido da própria cúpula da estatal para o cargo.
Na Petrobras desde 2015, quando foi nomeado diretor financeiro pela então presidente Dilma Rousseff, Monteiro já havia sido definido pelo Conselho de Administração da estatal como presidente interino mais cedo nesta sexta-feira.
"Continuaremos com a política econômica que nestes dois anos retirou a empresa do prejuízo e a trouxe novamente para o roll das mais respeitadas do Brasil e do exterior. Declaro também que não haverá qualquer interferência na politica de preços da companhia", afirmou o presidente Temer ao oficializar a escolha.
A rápida nomeação de Monteiro e a fala de Temer buscaram aliviar preocupações de investidores com o futuro da Petrobras, após a saída repentina de Parente levar as ações da companhia a fechar o dia com queda de quase 15 por cento-- uma perda de cerca de 45 bilhões de reais em valor de mercado.
"É um nome para acalmar os ânimos... foi da equipe de Parente, mas colocado antes pela Dilma. Se vai conseguir, veremos", apontou o ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo Helder Queiroz.
"Acho a escolha excelente", disse o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.
O professor do Instituto de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Edmar de Almeida, foi na mesma linha. "É a solução mais adequada para reduzir o estrago. Ele representa uma esperança de manutenção do processo de recuperação econômica da empresa."
Dois executivos de grandes empresas de petróleo também elogiaram a indicação de Monteiro. Eles falaram sob a condição de anonimato porque não têm autorização para abordar o assunto com a imprensa.
(Reportagem adicional de Alexandra Alper, no Rio de Janeiro)