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Entidades defendem apoio à empresas americanas no Brasil

Empresários querem que governo conceda isenção de impostos e outros estímulos para atrair investimentos de empresas dos EUA para o Brasil

Indústria nos EUA: para especialistas é mais caro produzir lá do que aqui (Scott Olson/Getty Images)

Indústria nos EUA: para especialistas é mais caro produzir lá do que aqui (Scott Olson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 21h17.

Brasília – A comitiva do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que desembarca amanhã (19) no Brasil, vai contar com representantes de cerca de 60 empresas norte-americanas. Todos em busca de oportunidades de negócios nos setores de infraestrutura e energia, segundo informou a Câmara Americana de Comércio (American Chamber of Commerce - Amcham).

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto, é vantajoso para o Brasil aumentar a presença de empresas americanas no país. “As empresas que se instalassem aqui poderiam trazer equipamentos de alta tecnologia com isenção de imposto, por exemplo. Produzir lá está mais caro que produzir no Brasil”. Para ele, a iniciativa pode servir de exemplo para futuros acordos com outros países.

O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, também defende estímulos para a entrada de capital estrangeiro. “Capital não tem pátria, capital estrangeiro é sempre bem vindo. Gera emprego, gera impostos e também gera divisas. Todo investimento no país é interessante”.

Em 2010, os Estados Unidos ocuparam a quarta posição no rol do investimento estrangeiro direto, segundo dados do Banco Central. Ingressaram no país cerca de US$ 6,2 bilhões. Aumento de 26,5% frente o ano anterior, quando entraram menos de US$ 5 bilhões. Os Estados Unidos ficaram atrás de Luxemburgo, Países Baixos e Suíça. Luxemburgo, um dos menores países da Europa, com menos de meio milhão de habitantes, remeteu ao Brasil US$ 8,6 bilhões no mesmo período.

Castro também destacou que os empresários estrangeiros precisam gastar no país. “O Brasil é muito caro para se investir. Hoje a taxa de câmbio torna isso caro. Além disso, temos taxa de juros elevada e tributo alto”, disse. Para reverter o quadro é preciso despertar o interesse das companhias internacionais. “O mercado interno atrai muito, se [o investidor estrangeiro] pensar nisso vai esquecer todos esses fatores”.

No sentido inverso, os EUA são o segundo país no qual o Brasil investe diretamente, perdendo apenas para Ilhas Cayman. Em 2010, o Brasil enviou cerca de US$ 3,7 bilhões, contra US$ 1,7 bilhão remetidos no ano anterior. As Ilhas Cayman, um paraíso fiscal do Caribe que ocupa a primeira posição, receberam US$ 11,6 bilhões do Brasil.

O Brasil pode fortalecer o investimento estrangeiro com as obras de infraestrutura relacionadas à exploração de petróleo e gás no pré-sal, às obras da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), à Copa de 2014, às Olimpíadas de 2016, além de investimentos na área de biocombustíveis.

O vice-presidente da AEB defende a tese de que a visita de Obama ao Brasil é mais proveitosa para os EUA. “Quem toma a iniciativa de visitar o país tem mais interesse. É importante para eles mostrarem prestígio com o Brasil”, finalizou.

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