Brasil

Escritório em Jerusalém não tem relação com diplomacia, diz Mourão

Declaração foi resposta ao pedido de explicações do embaixador Palestina após Bolsonaro anunciar instalação de escritório diplomático em Jerusalém

Mourão: vice-presidente tenta minimizar consequências da decisão do governo (Ueslei Marcelino/Reuters)

Mourão: vice-presidente tenta minimizar consequências da decisão do governo (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de abril de 2019 às 15h31.

Última atualização em 1 de abril de 2019 às 16h05.

Brasília - O presidente em exercício do Brasil, Hamilton Mourão, minimizou nesta segunda-feira, 1º, o pedido de explicações ao embaixador da Autoridade Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, após anúncio do presidente Jair Bolsonaro no fim de semana de que o País abrirá um escritório de negócios em Jerusalém.

"Vamos aguardar. A chamada do embaixador é para consulta, ele vai lá, bate um papo, e depois ele volta", avaliou Mourão ao deixar o Palácio do Planalto. O presidente em exercício viaja nesta segunda para São Paulo para encontro com investidores. Em entrevista à agência Reuters, o embaixador palestino afirmou que a convocação ainda está sendo avaliada.

Mourão afirmou, ainda, que não vê "nada demais" na decisão de abrir o escritório em Jerusalém. Ele considera que trata-se de um "passo intermediário" quando comparado à promessa de campanha de Bolsonaro de transferir a embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém, medida que ainda não foi descartada pelo presidente e pode ser efetivada até o final do mandato.

"Uma coisa é muito clara, a partir do momento que se toma a decisão, foram ouvidas todas as ponderações a respeito, a gente está junto com o presidente (Bolsonaro)", defendeu Mourão. "Eu não vejo também nada demais. É algo que não tem nada a ver com a diplomacia, podemos até considerar um passo intermediário naquela ideia inicial do presidente de mudar a embaixada", ponderou.

O presidente em exercício considera o pedido de explicações a Alzeben "um método diplomático". "Vamos lembrar sempre que diplomacia não é o objetivo final, é a forma da gente se conduzir um relacionamento (...) E faz parte das pressões que vão ocorrer desde o momento em que foi tomada a decisão (da criação do escritório)", declarou.

Mourão disse ter a "visão clara" de que não "teremos problemas" após os países árabes, que são fortes parceiros comerciais do Brasil, entenderem que a decisão de Bolsonaro não muda a visão diplomática do País.

"Tenho a visão clara de que uma vez que os países árabes, e os palestinos em particular, entendam o alcance dessa decisão, que não muda nossa visão diplomática em relação a coexistência pacífica de árabes, palestinos e israelenses naquela região, que desde 1947 o Brasil apoia, não teremos problema."

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroHamilton MourãoJair BolsonaroJerusalémPalestina

Mais de Brasil

Governadores do Sudeste e Sul pedem revogação de decreto de Lula que regula uso de força policial

Pacote fiscal: Lula sanciona mudanças no BPC com dois vetos

Governo de SP realiza revisão do gasto tributário com impacto de R$ 10,3 bilhões

Bandeira tarifária de janeiro se mantém verde, sem cobrança extra