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Escolas poderão ficar fechadas durante a Copa

A medida visa melhorar o trânsito nas cidades-sede nos dias de jogo, preocupação da Fifa devido ao ritmo lento das obras de mobilidade urbana

Empresários brasileiros precisam acordar para as oportunidades geradas pela realização da Copa do Mundo de 2014 (Flickr)

Empresários brasileiros precisam acordar para as oportunidades geradas pela realização da Copa do Mundo de 2014 (Flickr)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2011 às 20h27.

São Paulo - As escolas públicas e particulares de todo o Brasil deverão ficar fechadas durante a Copa do Mundo de 2014. A proposta de dar férias escolares no período do evento foi acatada pelo relator do projeto da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP) e será votada amanhã à tarde pela comissão da Câmara que discute o tema.

A medida visa melhorar o trânsito nas cidades-sede nos dias de jogo, preocupação da Fifa devido ao ritmo lento das obras de mobilidade urbana. Para minimizar possíveis problemas, o governo já tinha proposto decretar feriado em dias de jogos.

A ideia de fechar as escolas do País durante os jogos foi apresentada pelo deputado Cleber Verde (PRB-MA) na forma de projeto de lei. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, já tinha manifestado simpatia pela proposta quando esteve no mês passado em audiência na Câmara e, agora, Vicente Cândido decidiu aderir à tese. "Vou incorporar a ideia desse projeto. Com as férias escolares você ajudaria o trânsito e liberaria os estudantes para ver os jogos", disse ele à reportagem.

De acordo com Cândido, a determinação das férias dos estudantes coincidirem com o evento de 2014 constará da nova versão de seu relatório, que será apresentada amanhã. Se aprovada, a medida valeria para as escolas de todo o País. "A molecada de outras cidades também quer ver os jogos", justifica o petista.

A Fifa prevê a abertura do evento no dia 12 de junho e a final no dia 13 de julho. O projeto, porém, não trará datas. "É pouco provável, mas a Fifa pode alterar as datas da Copa. Então vamos colocar que as férias escolares deverão compreender o período do evento".


A preocupação com o acesso aos estádios nos dias de jogo tem sido uma constante na discussão do projeto. O governo federal já tinha colocado no texto inicial da Lei Geral da Copa a previsão de que as cidades-sede poderiam decretar feriado. Segundo a ministra Miriam Belchior (Planejamento), esta ideia visava reduzir eventuais problemas de mobilidade urbana. Ao incluir a proposta das férias escolares, o Congresso dá mais um passo para tentar resolver o problema mesmo se as obras de mobilidade urbana prometidas não saírem a tempo.

Venda de bebidas - O relator pretende insistir na proposta de permitir o comércio de bebidas alcoólicas durante os jogos de futebol. Ele adiantou que fará algumas alterações determinando regras para a venda, como a de que a bebida seja servida em copo de papelão. Cândido manterá, porém, a ideia de que a permissão vá além da Copa do Mundo e valha também para os jogos de campeonatos nacionais e regionais.

A permissão da venda em todos os jogos tem gerado questionamentos na comissão. Na semana passada alguns deputados manifestaram o desejo de que a concessão fosse feita apenas para a Copa do Mundo, atendendo assim ao anseio da Fifa, que tem uma cervejaria como patrocinadora. O relator, porém, promete insistir na tese de uma regra única e disputar no voto.

A comissão deve votar o projeto amanhã à tarde e a expectativa do governo é conseguir um acordo para levá-lo a apreciação do plenário da Casa ainda nesta semana. A proposta suspende o direito a meia-entrada durante a Copa criando uma categoria extra para a venda de bilhetes a preço mais baixo para idosos, estudantes, indígenas e beneficiários de programas de transferência de renda como o Bolsa Família.

Dá ainda um prêmio aos jogadores campeões das copas de 1958, 1962 e 1970, além de usar diversos mecanismos legais para garantir a Fifa o direito sobre as marcas do evento.

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