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Escolas estaduais de São Paulo poderão ser comparadas às da Finlândia

Pisa for Schools será realizado pela primeira vez no Brasil com a mesma métrica e critérios do Pisa, a mais conhecida avaliação internacional de estudantes

Educação: 300 escolas participarão do Pisa for Schools, avaliação escolar internacional aplicada em países como Finlândia e EUA (Divulgação/Divulgação)

Educação: 300 escolas participarão do Pisa for Schools, avaliação escolar internacional aplicada em países como Finlândia e EUA (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de junho de 2019 às 14h22.

Última atualização em 12 de junho de 2019 às 14h31.

São Paulo — Escolas estaduais e particulares de São Paulo vão poder ser comparadas com a Finlândia ou com os Estados Unidos. O Estado vai anunciar nesta quinta-feira, 13, que 300 escolas públicas participarão do Pisa for Schools, que será realizado pela primeira vez no Brasil este ano, com a mesma métrica e critérios do Pisa, a mais conhecida avaliação internacional de estudantes. Algumas instituições particulares, como o Colégio Bandeirantes, também devem fazer a prova.

Qualquer rede ou escola pode aderir ao exame, que será feito pela mesma entidade que avalia os países, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No Brasil, será aplicado pela Fundação Cesgranrio, com a participação de alunos de 15 anos que cursam o 1.º ano do ensino médio.

O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, diz não se preocupar com resultados positivos ou negativos. O Brasil aparece sempre nas piores posições dos rankings do Pisa. "Não temos expectativa nem para uma nota acima nem abaixo da brasileira, mas sim aprender a usar o resultado. Vamos participar para fazer uma apreciação e ter uma referência efetiva de onde estamos", disse Rossieli.

A adesão ao exame é paga, mas, segundo o secretário, os valores ainda serão negociados e a estimativa é de uma despesa de R$ 2 milhões. Rossieli ainda definirá se as escolas da rede estadual vão poder se voluntariar ou se será uma amostra representativa do grupo.

Em 2017, a Fundação Lemann financiou um projeto piloto do exame em algumas escolas no país. Grande parte estava em Sobral, no Ceará, cidade considerada exemplo de educação pública brasileira. Os resultados mostraram que elas tinham notas em Leitura mais altas do que o Brasil e uma delas estava acima da média dos países que integram a OCDE, que reúne as maiores economias do mundo.

Alunos da França e da Suécia, por exemplo, se saíram pior que os adolescentes de uma das escolas do município cearense. Já em Matemática, as escolas tiveram notas acima do Brasil, mas abaixo da média da OCDE.

A prova aplicada este ano será feita em computadores, em cada escola participante. Serão 141 perguntas de Leitura, Matemática e Ciência, com avaliações de habilidades socioemocionais, como resolução de problemas e pensamento crítico.

Participante

Para Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, que participou do piloto em 2017, a experiência permitiu ver a escola "dentro de um cenário global". Cada participante recebe um extenso relatório sobre o seu desempenho. "Por exemplo, em Matemática, nosso desempenho foi excelente, comparável aos melhores do mundo, mas precisamos melhorar nos problemas em que os alunos enfrentam uma situação nova", completou. Segundo Aguiar, o colégio vai aderir este ano ao Pisa for Schools.

A prova mundial do Pisa é realizada de três em três anos, desde 2000, em cerca de 70 países do mundo, com questões de Leitura, Matemática e Ciência. A última foi feita em 2018 e os resultados devem sair no fim deste ano. O Brasil participa desde a primeira edição e aparece sempre entre as dez últimas colocações dos rankings internacionais. Finlândia, Estônia e Cingapura estão à frente. Ao longo dos anos, a prova ganhou tamanha importância que seus resultados passaram a influenciar políticas públicas no mundo todo.

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