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Escolas com alunos mais pobres se superam em SP

Das 160 melhores escolas com nota a partir de 6 no ranking estadual, 45% atendem alunos de famílias com nível socioeconômico mais alto

Sala de aula: o nível e a condição da família têm muita influência no sucesso da escola (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2015 às 10h13.

São Paulo - As escolas do 1.º ao 5.º ano do ensino fundamental da rede estadual paulista têm registrado melhora nos indicadores de qualidade com o passar dos anos, mas a desigualdade social ainda é notável. Das 160 melhores escolas com nota a partir de 6 no ranking estadual, 45% atendem alunos de famílias com nível socioeconômico mais alto. E só 20% acolhem os mais pobres. Ou seja, o nível e a condição da família têm muita influência no sucesso da escola , independentemente de outras características da unidade, como local ou estrutura. Mas há exceções. O Estado visitou três escolas que atendem alunos que estão entre os 25% com nível socioeconômico mais baixo e conseguem alcançar bons indicadores de qualidade. Nelas se destacam comprometimento de professores e a liderança de diretores, além do uso dos materiais oficiais, como o currículo, e o acompanhamento.

As escolas já superaram até a meta que o Estado estabeleceu para daqui a 15 anos: Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) de pelo menos 7 nos anos iniciais e 6 nos anos finais. A rede é a maior do País - são quase 4 milhões de alunos em 5,3 mil escolas.

Com auxílio do economista Ernesto Martins Faria, coordenador de Projetos da Fundação Lemann, a reportagem cruzou o Idesp e o Indicador de Nível Socioeconômico (Inse) de cada escola. Das 1.520 do ciclo 1 (1.º ao 5.º ano) no Estado, 600 escolas (39%) não conseguiram Idesp maior do que 4 - de uma escala até 10. Desse grupo com os piores resultados, 53% atendem alunos entre os mais pobres - o que aponta, mais uma vez, que trabalhar com alunos de nível socioeconômico mais baixo configura um maior desafio.

Mas essa tendência entre nível socioeconômico mais alto e boa qualidade da escola fica clara entre as unidades dos anos iniciais, mas vai desaparecendo nos anos finais (6.º ao 9.º ano). E mais ainda no ensino médio. Nos anos finais, 96,7% das escolas tinham em 2013 o Idesp até 4. No médio, eram 99,3%.

Para Faria, "os problemas após os anos iniciais são evidenciados pesquisa após pesquisa". "O que indicam, entre outros, desafios de gestão de sala de aula, uma melhor estrutura de acompanhamento e formação continuada." Os dados ilustram ainda que, nessas duas etapas, até as escolas que atendem estudantes com níveis socioeconômicos mais alto têm dificuldade de se destacar. "Têm de fazer uma compensação daquilo que não existe no ambiente familiar", diz Ricardo Falzetta, do Todos Pela Educação.

Exemplos

O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, ressalta que a inclusão em uma grande rede é complexa e a solução passa pela escola integral - modelo que deve inspirar uma mudança no ensino médio, como revelou o Estado ontem. "Meu sonho é garantir a universalização do modelo. Além disso, as competências socioemocionais devem fazer parte da estrutura e matriz curricular. As pessoas perceberam que a violência na escola vem da incapacidade de entender o outro, trabalhar em equipe." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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As escolas já superaram até a meta que o Estado estabeleceu para daqui a 15 anos: Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) de pelo menos 7 nos anos iniciais e 6 nos anos finais. A rede é a maior do País - são quase 4 milhões de alunos em 5,3 mil escolas.

Com auxílio do economista Ernesto Martins Faria, coordenador de Projetos da Fundação Lemann, a reportagem cruzou o Idesp e o Indicador de Nível Socioeconômico (Inse) de cada escola. Das 1.520 do ciclo 1 (1.º ao 5.º ano) no Estado, 600 escolas (39%) não conseguiram Idesp maior do que 4 - de uma escala até 10. Desse grupo com os piores resultados, 53% atendem alunos entre os mais pobres - o que aponta, mais uma vez, que trabalhar com alunos de nível socioeconômico mais baixo configura um maior desafio.

Mas essa tendência entre nível socioeconômico mais alto e boa qualidade da escola fica clara entre as unidades dos anos iniciais, mas vai desaparecendo nos anos finais (6.º ao 9.º ano). E mais ainda no ensino médio. Nos anos finais, 96,7% das escolas tinham em 2013 o Idesp até 4. No médio, eram 99,3%.

Para Faria, "os problemas após os anos iniciais são evidenciados pesquisa após pesquisa". "O que indicam, entre outros, desafios de gestão de sala de aula, uma melhor estrutura de acompanhamento e formação continuada." Os dados ilustram ainda que, nessas duas etapas, até as escolas que atendem estudantes com níveis socioeconômicos mais alto têm dificuldade de se destacar. "Têm de fazer uma compensação daquilo que não existe no ambiente familiar", diz Ricardo Falzetta, do Todos Pela Educação.

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O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, ressalta que a inclusão em uma grande rede é complexa e a solução passa pela escola integral - modelo que deve inspirar uma mudança no ensino médio, como revelou o Estado ontem. "Meu sonho é garantir a universalização do modelo. Além disso, as competências socioemocionais devem fazer parte da estrutura e matriz curricular. As pessoas perceberam que a violência na escola vem da incapacidade de entender o outro, trabalhar em equipe." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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