Erros com notas do Enem geram mais pressão sobre Weintraub
Ministério da Educação promete solução para esta segunda-feira de falha em gabaritos de cerca de 9.000 alunos
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 05h45.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 07h38.
O fim de semana se desenhou bem diferente do que esperava o ministro da Educação, Abraham Weintraub . Após comemorar na sexta-feira 17 que o Ministério da Educação (MEC) acabara de realizar “o melhor Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de todos os tempos”, Weintraub teve que explicar falhas nas notas de diversos alunos. O governo passou a ter noção do tamanho do problema após uma série de reclamações de estudantes nas redes sociais.
Na manhã de sábado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) assumiu a falha. Segundo o órgão que é responsável pela organização do Enem, houve problemas com a gráfica que passou a imprimir a prova em 2019. Houve troca de gabaritos, disse o ministro no domingo.
Os números de estudantes afetados foram mudando com o passar do fim de semana. Se no início, a falha poderia ter alcançado 1% das pessoas que prestaram o exame, cerca de 39.000, o Inep terminou estimando no domingo que menos de 9.000 candidatos teriam sido afetados. O MEC prometeu que resolveria o problema até esta segunda-feira, 20. E precisa correr mesmo.
Isso porque a partir de terça-feira, 21, o Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que oferece vagas em universidades públicas a partir das notas do Enem, estará funcionando. E, apesar das falhas, o governo manteve a data. Logo, as notas desses alunos precisam ser revistas a tempo para que eles possam se inscrever no programa.
As falhas colocam ainda mais em xeque a administração de Weintraub, ligado à ala seguidora do filósofo Olavo de Carvalho, frente ao MEC. Criticado abertamente por diversos especialistas em educação, o ministro tem sido muito atuante nas redes sociais ao criticar ferozmente oposicionistas.
Seus posicionamentos, quase sempre em tom de chacota, começaram a incomodar parte do Planalto. Os resultados esperados do ministério também não apareceram. O Inep, por sua vez, também teve quatro presidentes desde janeiro.
Tudo isso fez crescer os boatos que Weintraub seria demitido no fim do ano, o que não ocorreu. A nova crise na Educação não ajuda em nada na permanência de um dos ministros mais polêmicos de Bolsonaro.