Brasil

Entrega de obra vira 'passagem de bastão' de Alckmin a França

Alckmin, que discursou por 12 minutos, fez questão de ressaltar que será França o responsável por inaugurar várias outras obras ainda pendentes

Geraldo Alckmin: um dos seis governadores que deixaram cargo para eleição de 2018 (Adriano Machado/Reuters)

Geraldo Alckmin: um dos seis governadores que deixaram cargo para eleição de 2018 (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de março de 2018 às 15h59.

São Paulo - A uma semana de deixar o posto de governador de São Paulo para poder se candidatar a presidente, Geraldo Alckmin (PSDB) inaugurou neste sábado, 31, mais uma linha do trem que liga São Paulo a Guarulhos. O evento, no entanto, acabou se transformando numa passagem de bastão do tucano para o vice-governador Márcio França (PSB), que assume o governo na sexta-feira e, como pré-candidato a governador, será adversário do afilhado político de Alckmin, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).

O evento, que contou até com banda de forró, ocorreu na estação Aeroporto-Guarulhos, onde termina a linha inaugurada neste sábado (13-Jade, da CPTM). No palco montado um pouco antes da catraca, subiram vereadores de Guarulhos, deputados federais paulistas, o prefeito da cidade, Guti (PSB), o vice-governador Márcio França e o governador Geraldo Alckmin.

Os discursos de França e Alckmin foram deixados para o final. Antes deles, quem tomava o microfone sempre reservava um pouco da sua fala para elogiar o trabalho do governador e demonstrar confiança na capacidade do vice-governador de assumir o Palácio dos Bandeirantes. "Tenho certeza que o Márcio vai dar continuidade a esse trabalho, ele tem um compromisso conosco", afirmou o deputado federal Jorge Tadeu (DEM-SP), natural de Guarulhos.

O prefeito Guti, que é do mesmo partido de França, exaltou a lealdade do vice-governador. "Lealdade é uma coisa rara na política e o Alckmin encontrou isso nele", afirmou. "Tenho a honra de ter aqui comigo o homem que está pegando o bastão. O Alckmin, há quatro anos, quando escolheu o seu vice, escolheu o próximo governador. Foi um visionário", acrescentou.

Quando chegou a sua vez de falar, logo após Guti, França foi econômico no tempo, mas não deixou de elogiar o governador. Em fala de pouco mais de dois minutos, afirmou que Alckmin "soube superar as dificuldades que o Estado passou e que o Brasil passou". "Aguentou cada um dos trancos", declarou, sem fazer nenhuma menção à disputa eleitoral deste ano.

Alckmin, que discursou por 12 minutos, fez questão de ressaltar que será França o responsável por inaugurar várias outras obras ainda pendentes até o final do ano. Ao fazer uma brincadeira com o prefeito Guti, dizendo que ele ainda tem muito cabelo para perder no comando da Prefeitura, citou mais uma vez o vice-governador. "Eu e o Márcio França, quando fomos prefeitos, também éramos cabeludos."

Ao final do seu discurso, o governador fez uma última menção ao vice-governador, ao se dizer grato pela parceria nos últimos quatro anos. "São Paulo estará, a partir de sexta, em boas mãos, mãos experientes, mãos competentes e mãos honradas", afirmou. Encerrado o evento, a banda de forró começou a tocar, enquanto dezenas de pessoas aguardavam a abertura dos portões para que pudessem usar o trem.

Doria

Embora já tenha declarado apoio à pré-candidatura de Doria a governador de São Paulo, Alckmin não participou neste sábado de evento com o prefeito, que entregou pela manhã o projeto de paisagismo Marginal Verde, realizado em parceria com o governo estadual. Enquanto Doria participava desse evento sem o governador, o vice-governador Márcio França publicava nas redes sociais uma foto com Alckmin, durante trajeto inaugural da linha de trem.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesGeraldo AlckminJoão Doria JúniorObras públicas

Mais de Brasil

Escala 6x1: ministro de Lula vai receber Erika Hilton, que propôs PEC para reduzir jornada

Senado aprova autonomia na gestão financeira da PPSA, a estatal do pré-sal

Assassinato de delator do PCC é 'competência do estado', afirma Lewandowski

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP