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Entidades viram imobiliárias com verba do Minha Casa

Segundo denúncia, líderes comunitários petistas da capital usam critérios políticos para gerir a maior parte do recurso repassado pelo programa federal


	Casas do Programa Minha Casa Minha Vida: onze das 12 entidades que tiveram projetos aprovados pelo Ministério das Cidades em setembro são dirigidas por filiados ao partido
 (Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Casas do Programa Minha Casa Minha Vida: onze das 12 entidades que tiveram projetos aprovados pelo Ministério das Cidades em setembro são dirigidas por filiados ao partido (Ricardo Stuckert/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 09h02.

São Paulo - Entidades que fazem a gestão de R$ 238,2 milhões do Programa Minha Casa Minha Vida em São Paulo passaram a funcionar como imobiliárias em bairros da periferia. Do funcionário de plantão que mostra a área de lazer dos novos empreendimentos ao site com a simulação de um apartamento decorado, movimentos de moradia liderados por filiados ao PT oferecem, somente para associados que pagam suas mensalidades, 4 mil imóveis adquiridos com incentivos fiscais do governo federal a partir de R$ 3 mil, pagos em até 10 anos.

Ontem o Estado revelou que líderes comunitários petistas da capital usam critérios políticos para gerir a maior parte do recurso repassado pelo programa federal a entidades para a construção de casas populares. Onze das 12 entidades que tiveram projetos aprovados pelo Ministério das Cidades em setembro são dirigidas por filiados ao partido.

Você quer morar na zona leste? Ou tem interesse em adquirir uma unidade residencial no centro da capital? Seja qual for a escolha, a página oficial do Fórum dos Cortiços e Sem Teto de São Paulo traz opções de plantas e ilustrações dos imóveis com direito à simulação de modelo decorado.

Em maio, as últimas unidades do Projeto 22 de Março foram praticamente leiloadas pela associação, que manteve plantão telefônico para atender os interessados. Quando elas se esgotaram, o site tratou de encaminhar o visitante para outro empreendimento na Liberdade, região central. E, para não perder o cliente, o anúncio deste mês avisa que a localização do novo conjunto é bem próxima, no mesmo bairro.

Na página, também é possível conferir fotos e vídeos do Projeto São Francisco do Lageado, já em obras com recursos do Ministério das Cidades. Até agora, foram liberados R$ 14,8 milhões para o empreendimento, que terá quatro blocos interligados e um total de 252 unidades. Quando prontos, os apartamentos terão dois quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda.


Pela internet, os associados da entidade ainda ficam por dentro das últimas ações do fórum, como reuniões com o prefeito Fernando Haddad (PT) e protestos pelo direito de moradia digna em São Paulo. Um link específico ainda atualiza os últimos feitos da líder do movimento, Verônica Kroll, que já foi candidata a vereadora pelo PT.

"Aqui não existe critério político. Nossos selecionados também passam por uma seleção feita pela Caixa Econômica Federal", argumenta o chileno Manuel Burgos, assistente social que faz a triagem dos beneficiados dos empreendimentos sob responsabilidade do Fórum dos Cortiços. A entidade, com sede na Rua Bento Freitas, no centro, cobra R$ 25 de mensalidade e R$ 40 de taxa de adesão.

Vitórias

Blogs com fotos, plantas e perspectivas dos futuros empreendimentos são comuns a quase todas as associações. O objetivo é mostrar ao associado vitórias obtidas pelo movimento e a cara das futuras moradias.

No blog Condomínio Barra do Jacaré, sob o comando da Associação dos Trabalhadores do Conjunto Residencial Vale das Flores, da zona norte de São Paulo, há links para álbum de fotos, com imagens do terreno onde será erguido o residencial de 592 unidades.

As características das plantas também são relatadas em detalhes, assim como estacionamento e área de lazer.

As famílias selecionadas para morar no Condomínio Dom José 1 e 2, na região do Capão Redondo, zona sul, também podem acompanhar dados do projeto por meio de blogs. Desenvolvidas pelas associações Moradores do Jardim Comercial e Adjacências e Amigos do Conjunto Modelar, as ferramentas ainda ajudam os associados a organizar toda a papelada necessária para o cadastro final. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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