Brasil

Entidades patronais "esperam pra ver" paralisações

Parte das entidades patronais tem se mostrado cética em relação aos atos e prefere não se manifestar


	Trabalhadores em uma manifestação em Brasília: centrais sindicais dizem que o Dia Nacional de Luta, marcado para essa quinta, ganha cada vez mais adesões dos trabalhadores
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Trabalhadores em uma manifestação em Brasília: centrais sindicais dizem que o Dia Nacional de Luta, marcado para essa quinta, ganha cada vez mais adesões dos trabalhadores (Marcello Casal Jr./ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2013 às 20h56.

São Paulo - Mesmo com as confirmações por parte das centrais sindicais de que o Dia Nacional de Luta, marcado para esta quinta-feira, 11, ganha cada vez mais adesões dos trabalhadores, parte das entidades patronais tem se mostrado cética em relação aos atos e prefere não se manifestar. Nenhuma informou ter elaborado algum plano de contingenciamento para tentar minimizar os efeitos das paralisações.

Procuradas pela reportagem, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Confederação Nacional da Indústria (CNI) disseram que não tinham nenhum posicionamento a respeito do assunto. A Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop) afirmou, por meio da assessoria, que não tem nenhuma orientação específica aos lojistas de shopping sobre a possível greve e que "prefere se pronunciar se de fato a paralisação acontecer".

A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FDCL) também encampou o discurso mais cético em relação à realização dos atos. Segundo a assessoria, a entidade "não acredita que essa greve vai acontecer". "Nossa orientação é abrir as lojas normalmente. Não concordamos e não apoiamos essa greve", diz o presidente da FCDL-SP, Maurício Stainoff.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) afirmou que considera qualquer paralisação como "desrespeito à lei". A entidade também disse não ter "nenhuma confirmação de que haverá greves nesta quinta-feira". O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, no entanto, confirmou a adesão da classe ao movimento das centrais e disse que a previsão é que as 60 agências bancárias da Avenida Paulista, em São Paulo, não funcionarão nesta quinta-feira.

Consultados, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú preferiram não comentar as declarações da assessoria da Fenaban. Até as 18h30, a Caixa e o Santander não haviam respondido o questionamento. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirmou que cabe a cada empresa a decisão sobre as medidas que devem ser tomadas amanhã pelos seus associados.


Críticas

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) voltou a divulgar nota nesta quinta em que reconhece os atos e diz que eles estarão "atentos e vigilantes a ideia de alguns maus brasileiros que querem promover uma greve geral no próximo dia 11".

Segundo a Abimaq, "nada mais absurdo e inoportuno". "Querem parar o Brasil, parar a produção, parar hospitais e serviços essenciais, parar portos e aeroportos, sem se preocuparem com o enorme preço que todos nós pagaremos se essa ideia vingar", diz a nota, ressaltando que greve é um direito legítimo dos trabalhadores, mas precisa ser usada com responsabilidade.

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também reconhece o direito dos trabalhadores em realizarem greves, mas diz que o País "não pode continuar a sofrer com frequentes paralisações dos meios de transporte e a interrupção do trabalho". De acordo com o presidente da ACSP, Rogério Amato, as empresas necessitam produzir para atender as necessidades dos consumidores. "A população precisa se locomover, seja para trabalhar, para consumir ou mesmo para o lazer", diz em nota.

A ACSP faz ainda um apelo às autoridades "e, sobretudo, aos grupos e movimentos sociais para que o legítimo direito às manifestações seja compartilhado com o direito das demais para que a liberdade seja de todos e para todos". A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) afirmou que os atos são vistos "com profunda insatisfação e contrariedade pelas indústrias do setor eletroeletrônico", disse o presidente da entidade, Humberto Barbato, por meio de nota. Apesar de reconhecer o direito legítimo do trabalhador em realizar paralisações, a Abinee ressalta que "este instrumento deve ser utilizado com responsabilidade, respeitando os direitos individuais de todo o conjunto da sociedade".

Acompanhe tudo sobre:GrevesPolítica no BrasilProtestosProtestos no BrasilSindicatos

Mais de Brasil

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Governo de SP usará drones para estimar número de morte de peixes após contaminação de rios

8/1: Dobra número de investigados por atos golpistas que pediram refúgio na Argentina, estima PF

PEC que anistia partidos só deve ser votada em agosto no Senado

Mais na Exame