Morte no Complexo da Maré: ambulância que levaria o adolescente para hospital demorou para ter autorização da polícia e entrar na comunidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de junho de 2018 às 15h47.
Rio de Janeiro - Representantes de entidades de defesa dos direitos humanos estiveram reunidos na manhã desta segunda-feira, 25, com chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, para falar sobre a ação policial no Complexo da Maré, na última quarta-feira, 20, que resultou na morte do estudante Marcos Vinícius, de 14 anos, e de seis outros jovens - suspeitos de tráfico de drogas, segundo a polícia.
A mãe de Marcos Vinícius, Bruna da Silva, de 36 anos, prestou depoimento na Delegacia de Homicídio também nesta manhã. Antes de morrer, o adolescente disse para mãe que o tiro que o atingiu tinha partido de um blindado da polícia.
A reunião com entidades de defesa dos direitos humanos durou cerca de duas horas e meia. Um documento foi entregue a Rivaldo Barbosa, com uma série de solicitações para que ações policiais em áreas de grande concentração populacional, como a Maré e tantas outras comunidades, sejam menos letais.
A declaração também pede transparência na realização de operações policiais, com a realização de um plano de redução de dados para que mortes sejam evitadas e para que seja garantida a entrada de ambulâncias para socorro às vítimas, entre outras medidas. Na quarta-feira, Bruna contou que a ambulância que levaria seu filho para o hospital Getúlio Vargas, onde foi operado, mas acabou morrendo, demorou para ter autorização da polícia e entrar na comunidade.