Aeroporto de Congonhas (Daniela Moreira/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2012 às 21h58.
Brasília - O presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves, George William Sucupira, classificou hoje como "caótica" a situação da aviação civil brasileira. Para Sucupira, não há uma política para o setor, mesmo depois da criação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "É preciso que se tome atitude hoje", afirmou o presidente da associação, que participa de audiência pública na Subcomissão Temporária sobre Aviação Civil, na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.
Sucupira ressalvou que a Anac está até conseguindo fazer as coisas, mas tem esbarrado na dificuldade da fuga dos profissionais para a iniciativa privada. "Tudo isso se deve a quê: falta de política para a aviação civil", criticou. Segundo ele, os acidentes só não ocorrem porque os servidores públicos que trabalham com o setor aéreo são preocupados e responsáveis.
Ao se referir ao recente leilão dos aeroportos de Brasília, Viracopos e Guarulhos, o presidente da associação disse que o atual governo "nunca foi a favor de privatização nenhuma". "Para chegar a privatizar, é porque não sabia o que fazer. Estão privatizando porque não tem mais jeito", afirmou. O diretor de Aeronavegabilidade da Anac, Cláudio Passos Simão, afirmou que é um "desafio" fazer uma política para o setor. "É um desafio para todos nós", respondeu, quando perguntado pelo presidente da subcomissão, senador Vicentinho Alves (PR-TO).
Na sua exposição inicial, Passos Simão havia dito nos últimos anos que o sistema de aviação civil tem passado por um "crescimento fenomenal". E que a agência, ao mesmo tempo, recebeu desde a criação 1,3 mil servidores por concurso público, embora tenha perdido 170 para outros órgãos. Passos Simão informou durante a audiência que a agência fiscalizará os trabalhos nos aeroportos leiloados pelo governo.