Jair Bolsonaro: ex-presidente está preso desde o dia 22 de novembro (Ton Molina/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 07h46.
O Senado aprovou na quarta-feira, 17, por 48 votos a 25, o projeto de lei conhecido como PL da Dosimetria, que altera as regras de cálculo das penas e reduz a punição aplicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros condenados pela trama golpista relacionada aos atos de 8 de janeiro de 2023.
O texto aprovado restringe explicitamente os efeitos da proposta aos crimes cometidos no contexto dos ataques às sedes dos Três Poderes.
Com esse recorte, o Senado buscou afastar o risco de que as mudanças beneficiem condenados por outros tipos de crime, uma das principais críticas feitas ao projeto aprovado anteriormente pela Câmara dos Deputados.
Mesmo com a limitação temporal, o projeto alcança Jair Bolsonaro, condenado por crimes como tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Pelas regras atuais, o ex-presidente teria de cumprir 5 anos e 11 meses em regime fechado.
Com a nova metodologia de cálculo prevista no PL da Dosimetria, esse período cairia para 3 anos e 3 meses, o que permitiria a saída da prisão no início de 2029. A redução pode ser ainda maior, chegando a 2 anos e 3 meses.
O texto também altera as regras de progressão de regime previstas na Lei de Execução Penal.
Hoje, réus primários condenados por crimes sem violência à pessoa ou grave ameaça podem progredir de regime após o cumprimento de 16% da pena. Quando há violência, esse percentual sobe para 25%. Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão em crimes classificados como violentos.
O projeto aprovado permite aplicar o percentual mínimo de 16% para a progressão de regime aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente.
*Com informações do Globo