Silvinei Vasques: ex-diretor da PRF foi preso no aeroporto de Assunção ao tentar embarcar para El Salvador. (Alan Santos/PR/Flickr)
Repórter
Publicado em 27 de dezembro de 2025 às 08h56.
Condenado a 24 anos e seis meses de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso na quinta-feira, 18, no Aeroporto Internacional de Assunção, no Paraguai, ao tentar fugir do Brasil. A detenção ocorreu após a violação da tornozeleira eletrônica e o uso de documentos falsos.
Segundo a investigação da Polícia Federal, o plano de fuga começou na noite de 24 de dezembro, véspera de Natal. Imagens de câmeras de segurança do prédio onde Silvinei mora, em São José, na Região Metropolitana de Florianópolis, registraram sua saída por volta das 19h.
Ele deixou o local em um carro Polo prata alugado, apesar de possuir veículo próprio. Nas imagens, carrega bolsas — que os investigadores apontam não serem malas — e transporta um cachorro, além de itens como ração e tapete higiênico. À época, vestia calça de moletom preta, camiseta cinza e boné preto.
A tornozeleira eletrônica deixou de emitir sinal por volta das 3h do dia 25, primeiro de GPS e depois de GPRS, possivelmente por falta de bateria. A ausência só foi percebida horas depois, quando agentes da Polícia Penal e da PF foram até o endereço do ex-diretor da PRF e não obtiveram resposta.
Com a confirmação da fuga, a PF acionou a adidância no Paraguai, que alertou as autoridades locais. Silvinei já seguia para o aeroporto de Assunção quando foi detido no setor de imigração.
No momento da prisão, ele portava um passaporte paraguaio válido, mas com foto, nome e dados de outra pessoa. O documento estava em nome de Julio Eduardo Baez Fernandez, nascido em 1981, em “Puerto Presidente Stroessner”, antigo nome de Ciudad del Este. A checagem biométrica indicou incompatibilidade, o que levou à detenção imediata.
Silvinei tinha passagem para El Salvador, com escala no Panamá. Ao tentar embarcar, usava camiseta verde, calça jeans e óculos de aro preto. A tornozeleira eletrônica violada não foi localizada.
Além do passaporte falso, ele levava uma carta escrita em espanhol alegando ter câncer cerebral e afirmando não conseguir se comunicar verbalmente nem compreender instruções orais.
Segundo o diretor de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter, Silvinei foi expulso do país por ingresso irregular e entregue às autoridades brasileiras, já que não havia mandado de prisão contra ele em território paraguaio.
Após a tentativa de fuga, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou a prisão preventiva do ex-diretor da PRF.
*Com informações do O Globo