Exame Logo

Ensino integral não alavanca colégios no Enem

Escolas em tempo integral tiveram nota só 1,9% maior do que os colégios regulares do estado de São Paulo

Escola púlica em São Paulo: jornada integral é uma das principais apostas do governo federal para alavancar índices no Enem (Antonio Cruz/ Agência Brasil/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2016 às 10h31.

São Paulo - As escolas estaduais de tempo integral de São Paulo tiveram nota só 1,9% maior do que os colégios regulares da rede no Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) 2015.

A jornada ampliada é uma das principais apostas do governo federal para alavancar os índices de aprendizagem nessa etapa. Segundo especialistas, o avanço nas notas não é instantâneo, pelas defasagens trazidas das séries anteriores, e a educação integral exige adequações constantes de investimento e estrutura.

A reportagem tabulou os dados do Enem 2015 por escola para fazer esse levantamento. A comparação é feita entre 116 escolas de tempo integral e cerca de 1,1 mil colégios estaduais.

A diferença da rede integral nas provas objetivas foi de 9,53 pontos. A jornada ampliada teve média de 501,39 pontos e as escolas estaduais tiveram nota 491,86.

Para fazer o cálculo, foram excluídas escolas técnicas e de aplicação. Para a análise, é preciso considerar também que a rede estadual aparece sub-representada. De cerca de 3,6 mil escolas estaduais com ensino médio, aparece apenas cerca de um terço.

Isso acontece, em geral, por causa do baixo interesse dos alunos pela prova. Escolas com menos de 50% de participação não entram no ranking. Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou em 2015, costumam ficar de fora escolas com piores indicadores.

A Escola Maria Ribeiro Guimarães Bueno, na zona sul, é de ensino integral, mas ficou entre as piores públicas da capital. O aluno Adriel Araújo, de 17 anos, afirma que a unidade é melhor que a média, mas ainda precisa adequar-se para atender alunos com grande defasagem, principalmente em Matemática. "A estrutura é boa, mas neste ano tivemos falta de material para laboratório, por exemplo."

Adequações

A Secretaria da Educação do Estado informou que a diferença de quase dez pontos é "relevante". Reforça ainda que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é mais adequado para avaliar a rede e mostra o sucesso das escolas de tempo integral. Sobre a escola citada, a pasta diz que há estrutura para aulas eletivas, quadro docente completo e verba para reparos.

O Ministério da Educação (MEC), que prometeu em setembro R$ 1,5 bilhão para a criação de mais escolas integrais em todo o País, disse que não foi dito que "apenas o ensino integral é suficiente para melhorar os índices". Segundo o MEC, a proposta de ampliar a jornada está ligada à flexibilização do currículo e à formação docente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja também

São Paulo - As escolas estaduais de tempo integral de São Paulo tiveram nota só 1,9% maior do que os colégios regulares da rede no Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) 2015.

A jornada ampliada é uma das principais apostas do governo federal para alavancar os índices de aprendizagem nessa etapa. Segundo especialistas, o avanço nas notas não é instantâneo, pelas defasagens trazidas das séries anteriores, e a educação integral exige adequações constantes de investimento e estrutura.

A reportagem tabulou os dados do Enem 2015 por escola para fazer esse levantamento. A comparação é feita entre 116 escolas de tempo integral e cerca de 1,1 mil colégios estaduais.

A diferença da rede integral nas provas objetivas foi de 9,53 pontos. A jornada ampliada teve média de 501,39 pontos e as escolas estaduais tiveram nota 491,86.

Para fazer o cálculo, foram excluídas escolas técnicas e de aplicação. Para a análise, é preciso considerar também que a rede estadual aparece sub-representada. De cerca de 3,6 mil escolas estaduais com ensino médio, aparece apenas cerca de um terço.

Isso acontece, em geral, por causa do baixo interesse dos alunos pela prova. Escolas com menos de 50% de participação não entram no ranking. Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou em 2015, costumam ficar de fora escolas com piores indicadores.

A Escola Maria Ribeiro Guimarães Bueno, na zona sul, é de ensino integral, mas ficou entre as piores públicas da capital. O aluno Adriel Araújo, de 17 anos, afirma que a unidade é melhor que a média, mas ainda precisa adequar-se para atender alunos com grande defasagem, principalmente em Matemática. "A estrutura é boa, mas neste ano tivemos falta de material para laboratório, por exemplo."

Adequações

A Secretaria da Educação do Estado informou que a diferença de quase dez pontos é "relevante". Reforça ainda que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é mais adequado para avaliar a rede e mostra o sucesso das escolas de tempo integral. Sobre a escola citada, a pasta diz que há estrutura para aulas eletivas, quadro docente completo e verba para reparos.

O Ministério da Educação (MEC), que prometeu em setembro R$ 1,5 bilhão para a criação de mais escolas integrais em todo o País, disse que não foi dito que "apenas o ensino integral é suficiente para melhorar os índices". Segundo o MEC, a proposta de ampliar a jornada está ligada à flexibilização do currículo e à formação docente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEducação no BrasilEnemEstado de São PauloMEC – Ministério da Educação

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame