A área de concessão da Enel chegou a ter mais de 2,2 milhões de domicílios sem luz após o vendaval na quarta-feira, 10 (Paulo Pinto/Agência Brasil)
Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 13h55.
Última atualização em 14 de dezembro de 2025 às 14h12.
A Grande São Paulo soma 95.201 imóveis sem energia elétrica segundo Mapa da Falta de Luz, da Enel, atualizado às 14h05 deste domingo, 14, cinco dias após o vendaval que provocou um apagão na última quarta-feira, 10.
Em nota, a concessionária reforçou que pretende restabelecer totalmente o fornecimento de luz na Região Metropolitana de São Paulo até a noite de hoje, como afirmou no sábado, 13.
O blecaute teve início na terça, 9, mas se intensificou na quarta, 10, após a passagem de fortes ventos que atingiram a capital e a Grande São Paulo.
Segundo a Enel, o evento climático foi o mais prolongado desde o início das medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e dificultou o trabalho de recuperação da rede elétrica. Mais de 2,2 milhões de clientes chegaram a ficar no escuro e, até ontem, o problema ainda persistia para cerca de 500 mil unidades.
De acordo com dados do Inmet, as rajadas de vento chegaram a 82,8 quilômetros por hora ( km/h). Desde o início das medições, em 2006, é a primeira vez que a estação meteorológica do Mirante de Santana registra uma sequência tão longa de ventos acima de 70 km/h na capital.
Segundo a Enel sobre o reestabelecimento da energia, a duração atípica do fenômeno meteorológico agravou os danos à infraestrutura elétrica e dificultou o trabalho de recomposição.
As rajadas contínuas provocaram novas quedas de energia enquanto as equipes atuavam no religamento, prolongando o blecaute em diversas regiões.
Em nota, a concessionária afirmou ter mobilizado um número recorde de profissionais, com quase 1.800 equipes trabalhando simultaneamente ao longo da quinta-feira, 11. A Enel informou que, até o momento, conseguiu restabelecer o fornecimento para cerca de 3,1 milhões de clientes, utilizando sistemas de automação e atuação direta em campo.
Mesmo assim, bairros da capital, do ABC Paulista, de Osasco, Itapecerica da Serra e municípios do interior ainda enfrentam dias consecutivos sem energia, afetando residências, comércios e serviços essenciais.
Em nota, a concessionária afirmou que as rajadas contínuas dificultaram o restabelecimento, já que novos desligamentos ocorreram enquanto as equipes trabalhavam no religamento de áreas já afetadas. Isso prolongou o blecaute em diversos bairros e exigiu revisões constantes nos reparos realizados.
O impacto econômico do blecaute é significativo. Segundo a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), os prejuízos podem alcançar R$ 100 milhões. Aproximadamente 5 mil estabelecimentos foram afetados, com perdas de alimentos, danos a equipamentos e queda no fluxo de clientes.
Empresários relatam dificuldades para manter operações básicas, especialmente em locais que dependem de refrigeração e sistemas eletrônicos.
Segundo a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecom Competitivas (TelComp), zerar risco de apagões custaria R$ 10,8 mil por residência.