Enel: A empresa disse que confia no sistema jurídico e regulatório brasileiro para a garantia de "segurança e estabilidade aos investidores com compromissos de longo prazo no país (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 16h22.
A Enel, empresa responsável pela distribuição de energia na capital e em mais 23 cidades, defendeu em nota divulgada nesta quarta-feira, 17, que cumpre o contrato de concessão e culpa as mudanças climáticas pelos eventos de falta de energia na região.
"A distribuidora confirma o cumprimento integral dos indicadores regulatórios, tendo apresentado avanços consistentes em todos os índices relacionados à qualidade do serviço, conforme comprovado pelas fiscalizações recentemente realizadas pela agência reguladora", disse a empresa.
Segundo a companhia, é necessário investimentos em redes resilientes, digitalizadas e a implantação em larga escala de uma rede de distribuição subterrânea para evitar a falta de luz após tempestades. A Enel defendeu que essas medidas precisam ser construídas em conjunto com o poder público.
"Essa medida requer um plano estruturado e coordenado com as autoridades públicas, definindo as modalidades mais apropriadas para uma remuneração adequada desse investimento. A empresa está disposta a realizar esses investimentos como parte de uma estratégia compartilhada com todas as instituições envolvidas", afirmou.
A Enel afirmou ainda que desde que assumiu a concessão, em 2018, até 2024, investiu mais de R$ 10 bilhões em São Paulo.
Para o período de 2025 a 2027, a distribuidora disse que aprovou um plano de investimentos recorde, atualmente em execução, no valor de R$ 10,4 bilhões.
A empresa disse ainda que confia no sistema jurídico e regulatório brasileiro para a garantia de "segurança e estabilidade aos investidores com compromissos de longo prazo no país".
O posicionamento ocorre após o governo federal, em acordo com o Estado e a prefeitura de São Paulo, afirmar que dará andamento no processo de rompimento do contrato de concessão da empresa.
Na semana passada, São Paulo voltou a conviver com uma dura realidade: a falta de energia na residência de milhões de pessoas.
Com os fortes ventos, que chegaram a mais de 90 km/h, o fornecimento de energia na região metropolitana de São Paulo foi afetado.
A ventania causou queda de árvores, galhos e danificou a rede elétrica, fazendo com que, no pico, 2 milhões de pessoas ficassem sem energia elétrica e que voos fossem cancelados.
A companhia afirmou ainda que também reforçou seu plano operacional e ampliou a força de trabalho na área de concessão com a contratação de cerca de 1.600 novos profissionais para serviços operacionais.
"Como resposta ao evento de 10 de dezembro, a distribuidora dedicou prontamente todos os seus esforços e recursos para atender os consumidores afetados pelo intenso ciclone extratropical que atingiu a área de concessão".
As principais críticas do governador Tarcísio de Freitas e do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), é a falta de resposta da empresa. Cinco dias após a falta de energia, cerca de 30 mil domicílios ainda estavam sem energia.
A empresa culpou a queda de centenas de árvores que dificultaram o acesso às áreas afetadas. Apenas no último evento, a distribuidora disse que foram 145 árvores diretamente sobre a rede elétrica apenas na capital, o maior número registrado nos últimos 15 meses.
"Em toda a área de concessão, em 2024 e 2025 foram realizadas mais de 630 mil podas, o dobro em relação aos anos anteriores. Somente em 2025, a Enel efetuou cerca de 230 mil podas de árvores na cidade de São Paulo, número muito superior ao amplamente subestimado divulgado nos últimos dias", afirmou.