Um em cada oito endereços do Brasil fica dentro de condomínios, indica Censo
Segundo o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), são 13,3 milhões locais nesta condição, em um total de 106,8 milhões
Agência de notícias
Publicado em 14 de junho de 2024 às 11h12.
Mais de 10% dos endereços do Brasil ficam dentro de condomínios: 13,3 milhões (12,4% do total), o equivalente a um a cada oito em relação ao universo geral. Os dados, do Censo 2022, foram divulgados pelo IBGE nesta sexta. O Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) registrou 106,8 milhões de endereços no Brasil, número 19,5% maior que a lista do Censo anterior.
Elaborado em 2005, o Cadastro de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) criou um padrão de registro de endereços. Desde a década passada — considerando o Censo de 2010 e atualizações em anos seguintes —, houve a inclusão de 34 milhões de novos endereços e a exclusão de 16,5 milhões da base antiga. Assim, o CNEFE saltou de 89,3 para 106,8 milhões de endereços. A maior parte (90,6 milhões) se trata de domicílios particulares. Há ainda 4 milhões de estabelecimentos agropecuários, 579 mil religiosos, 264 mil de ensino e 247 mil de saúde.
As casas (14,7 milhões) ainda superam os apartamentos (13,5 milhões). Durante a coleta, do Censo 2022, o país tinha 3,5 milhões de edificações em construção ou reforma: 605,2 mil estavam no estado de São Paulo.
Quase um quarto dos endereços não tem número
O CNEFE também evidenciou um pouco mais da realidade urbanística brasileira e as condições de vida nas habitações.Quase um quarto dos endereços do país, por exemplo, não tem número: são 24,4 milhões de localizações sem identificação numérica, ou 22,8% do total.
À parte dos 24,4 milhões de endereços sem número, há 5,1 milhões que usam algum "sistema alternativo" para identificar a residência ou estabelecimento, que são casos onde a identificação não foi registrada pela prefeitura, mas foi instituída por alguma instituição reconhecida, desde agentes de saúde a associações de moradores, e pode ser, além de números, alguma letra ou um nome. Ainda há outros 438 mil endereços do país usam a quilometragem na via como referência de identificação.
Além de estruturas amostras de pesquisas domiciliares e auxiliar em planejamentos urbanos, aprimoramento de políticas públicas e padrões de ocupação, o CNEFE teve papel importante no enfrentamento de calamidades, como os ocorridos em Alagoas e Pernambuco, em 2010, em Brumadinho (MG), em 2019, e em São Sebastião (SP) no ano passado. Durante as recentes enchentes do Rio Grande do Sul, por exemplo, o cadastro serviu como referência para localizar endereços na área alagada de Lajeado (RS). Assim, foi possível levantar quantos eram domicílios particulares, estabelecimentos de saúde ou prédios desocupados.