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Empresários: obras da Copa andam abaixo do esperado

Demora nas obras do mundial é a principal causa para a desaceleração do nível de atividade medido pela CNI

Segundo a CNi, apenas as obras dos estádios estão em andamento (Ricardo Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2011 às 18h50.

São Paulo - Os empresários da construção civil veem as obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 caminhando em um ritmo abaixo do esperado. Essa avaliação levou a expectativa para o nível de atividade do setor para os próximos seis meses, medida pela sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a desacelerar de 60,8 pontos apurados em outubro do ano passado para 57 pontos neste mês.

A queda foi mais expressiva entre as empresas maiores, envolvidas com grandes projetos, que tiveram o índice reajustado de 64,3 pontos em outubro do ano passado para 55,5 pontos no mesmo mês de 2011, o menor nível da série histórica. "O governo federal não conseguiu desenvolver um ritmo de desembolsos como era esperado para obras de infraestrutura", afirma o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

O especialista aponta como justificativa para a demora nas obras tanto o ajuste fiscal promovido pela União no enfrentamento da crise internacional quanto os escândalos na Esplanada dos Ministérios, que já derrubaram seis ministros da presidente Dilma Rousseff. Fonseca citou como exemplo as denúncias que forçaram a saída de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, em julho, e a substituição de Orlando Silva no Esporte, na semana passada. "Quando há problemas, o governo coloca o pé no freio dos empreendimentos", justifica. "Com exceção dos estádios, as obras para o Mundial ainda não começaram", completa.

Os dados da Sondagem Indústria da Construção, divulgada hoje, mostram o que Fonseca diz. A percepção dos empresários é de que o nível de atividade do setor ficou abaixo do usual para o trimestre, especialmente em relação aos empreendimentos estruturais. O indicador para atividade de obras de infraestrutura passou de 53,2 pontos em setembro de 2010 para 42,7 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em 2009. O indicador, que vai de 0 a 100 pontos, indica atividade elevada em relação ao usual quando acima dos 50 pontos.

No entanto, Fonseca mostra otimismo para os próximos meses. "A Copa do Mundo não está retratada nesta pesquisa ainda, vai aparecer só em 2012", diz. "Essas obras vão ter que começar a andar, por isso a expectativa tende a aumentar positivamente", explica.

Problemas

Outro dado que corrobora com esse cenário é o que mostra quais são os maiores problemas apontados pelos empresários da construção civil. A sondagem de setembro revela aumento de citações do item "falta de demanda". Entre as grandes companhias, este item passou de 10,6% das citações no segundo trimestre deste ano para 19,5% no terceiro trimestre. Entre as pequenas, foi de 17,9% para 19,9%.

A falta de qualificação do trabalhador segue como principal problema enfrentado pela construção civil. Houve, no entanto, uma redução drástica nas citações de grandes empresas, de 68,1% no segundo trimestre para 48,8% no seguinte. Entre as pequenas, passou de 59,7% para 56,5%. "Esse item também foi influenciado pela redução da atividade, já que diminui a demanda por profissionais qualificados", explica o gerente-executivo.

Lucro

A sondagem da CNI mostra ainda que o empresário da construção civil está insatisfeito com a margem de lucro no terceiro trimestre. O índice ficou em 46,3 pontos, ou 3,9 pontos abaixo do verificado no mesmo trimestre do ano passado. Em uma escala de 0 a 100, abaixo de 50 mostra insatisfação. Já a situação financeira foi avaliada como satisfatória, com o indicador em 50 pontos.

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A queda foi mais expressiva entre as empresas maiores, envolvidas com grandes projetos, que tiveram o índice reajustado de 64,3 pontos em outubro do ano passado para 55,5 pontos no mesmo mês de 2011, o menor nível da série histórica. "O governo federal não conseguiu desenvolver um ritmo de desembolsos como era esperado para obras de infraestrutura", afirma o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

O especialista aponta como justificativa para a demora nas obras tanto o ajuste fiscal promovido pela União no enfrentamento da crise internacional quanto os escândalos na Esplanada dos Ministérios, que já derrubaram seis ministros da presidente Dilma Rousseff. Fonseca citou como exemplo as denúncias que forçaram a saída de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, em julho, e a substituição de Orlando Silva no Esporte, na semana passada. "Quando há problemas, o governo coloca o pé no freio dos empreendimentos", justifica. "Com exceção dos estádios, as obras para o Mundial ainda não começaram", completa.

Os dados da Sondagem Indústria da Construção, divulgada hoje, mostram o que Fonseca diz. A percepção dos empresários é de que o nível de atividade do setor ficou abaixo do usual para o trimestre, especialmente em relação aos empreendimentos estruturais. O indicador para atividade de obras de infraestrutura passou de 53,2 pontos em setembro de 2010 para 42,7 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em 2009. O indicador, que vai de 0 a 100 pontos, indica atividade elevada em relação ao usual quando acima dos 50 pontos.

No entanto, Fonseca mostra otimismo para os próximos meses. "A Copa do Mundo não está retratada nesta pesquisa ainda, vai aparecer só em 2012", diz. "Essas obras vão ter que começar a andar, por isso a expectativa tende a aumentar positivamente", explica.

Problemas

Outro dado que corrobora com esse cenário é o que mostra quais são os maiores problemas apontados pelos empresários da construção civil. A sondagem de setembro revela aumento de citações do item "falta de demanda". Entre as grandes companhias, este item passou de 10,6% das citações no segundo trimestre deste ano para 19,5% no terceiro trimestre. Entre as pequenas, foi de 17,9% para 19,9%.

A falta de qualificação do trabalhador segue como principal problema enfrentado pela construção civil. Houve, no entanto, uma redução drástica nas citações de grandes empresas, de 68,1% no segundo trimestre para 48,8% no seguinte. Entre as pequenas, passou de 59,7% para 56,5%. "Esse item também foi influenciado pela redução da atividade, já que diminui a demanda por profissionais qualificados", explica o gerente-executivo.

Lucro

A sondagem da CNI mostra ainda que o empresário da construção civil está insatisfeito com a margem de lucro no terceiro trimestre. O índice ficou em 46,3 pontos, ou 3,9 pontos abaixo do verificado no mesmo trimestre do ano passado. Em uma escala de 0 a 100, abaixo de 50 mostra insatisfação. Já a situação financeira foi avaliada como satisfatória, com o indicador em 50 pontos.

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