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Emissões de carbono do Brasil caem, mas apenas em um setor

Queda ocorreu somente porque o Brasil conseguiu reduzir o desmatamento após um pico em 2013

Nuvem de poluição atmosférica em São Paulo: o aumento quase generalizado é preocupante (Ricardo Correa/Veja São Paulo/VEJA)
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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2015 às 13h43.

São Paulo - As emissões de gases de efeito estufa do Brasil caíram 0,9 por cento em 2014, de acordo com uma rede local de organizações ambientais, que expressou preocupação pelo fato de somente um setor, embora de grande porte, ter mostrado redução.

A queda do ano passado, equivalente a 1,558 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2), ocorreu somente porque o Brasil conseguiu reduzir o desmatamento após um pico em 2013, disse o Observatório do Clima em um relatório divulgado nesta quinta-feira.

Embora tenha recuado após aumento de 8 por cento dois anos atrás, as emissões de gases de efeito estufa do país cresceram em todos os setores no ano passado, exceto pela mudança no uso de terras. As alterações no solo, como o desmatamento, são as que mais contribuem para as emissões.

O aumento quase generalizado é preocupante, afirmou o Observatório, especialmente considerando a estagnação econômica de 2014, que em teoria poderia ter levado a uma redução nas emissões da maioria dos setores.

"Os dados mostram uma estabilização na casa de 1,5 bilhão de toneladas de CO2 nas emissões do Brasil desde 2009, após um período de redução acentuada entre 2005 e 2009 devido, sobretudo, às grandes reduções no desmatamento", disse o relatório do grupo.

O Brasil está entre os 10 maiores emissores de carbono do mundo e será um participante importante da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro. Os países presentes tentarão chegar a um acordo para limitar os gases de efeito estufa, responsáveis pelo aumento das temperaturas globais.

Em setembro, o Brasil anunciou sua proposta de contribuição para o pacto de Paris, comprometendo-se a cortar as emissões relativas a 2005 em 37 por cento até 2025 e em 43 por cento até 2030.

O relatório apresentado nesta quinta-feira sustentou que a mudança no uso de terras continuou representando 31 por cento do total das emissões do país, montante seguido de perto pelos setores de energia e agricultura.

Apesar de as emissões de carbono oriundas do desmatamento terem diminuído, o montante gerado pelo setor energético disparou, já que no ano passado o Brasil recorreu a usinas termelétricas para se contrapor à crise de geração de energia, causada pelas secas severas que afetaram as hidrelétricas.

O relatório mostrou que os gases de efeito estufa resultantes da produção de eletricidade aumentaram em 24 por cento de 2013 para 2014.

"No passado, as emissões do setor energético estavam em um distante terceiro lugar no ranking por setores no Brasil", disse Tasso Azevedo, pesquisador que coordenou o estudo. "Mas nos últimos tempos eles ultrapassaram o setor da agricultura e estão a caminho do topo do ranking".

Recentemente o governo brasileiro adotou políticas de estímulo a fontes de energia renováveis, como eólica e solar, para diversificar sua matriz energética e reduzir a dependência das hidrelétricas.

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São Paulo - As emissões de gases de efeito estufa do Brasil caíram 0,9 por cento em 2014, de acordo com uma rede local de organizações ambientais, que expressou preocupação pelo fato de somente um setor, embora de grande porte, ter mostrado redução.

A queda do ano passado, equivalente a 1,558 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2), ocorreu somente porque o Brasil conseguiu reduzir o desmatamento após um pico em 2013, disse o Observatório do Clima em um relatório divulgado nesta quinta-feira.

Embora tenha recuado após aumento de 8 por cento dois anos atrás, as emissões de gases de efeito estufa do país cresceram em todos os setores no ano passado, exceto pela mudança no uso de terras. As alterações no solo, como o desmatamento, são as que mais contribuem para as emissões.

O aumento quase generalizado é preocupante, afirmou o Observatório, especialmente considerando a estagnação econômica de 2014, que em teoria poderia ter levado a uma redução nas emissões da maioria dos setores.

"Os dados mostram uma estabilização na casa de 1,5 bilhão de toneladas de CO2 nas emissões do Brasil desde 2009, após um período de redução acentuada entre 2005 e 2009 devido, sobretudo, às grandes reduções no desmatamento", disse o relatório do grupo.

O Brasil está entre os 10 maiores emissores de carbono do mundo e será um participante importante da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro. Os países presentes tentarão chegar a um acordo para limitar os gases de efeito estufa, responsáveis pelo aumento das temperaturas globais.

Em setembro, o Brasil anunciou sua proposta de contribuição para o pacto de Paris, comprometendo-se a cortar as emissões relativas a 2005 em 37 por cento até 2025 e em 43 por cento até 2030.

O relatório apresentado nesta quinta-feira sustentou que a mudança no uso de terras continuou representando 31 por cento do total das emissões do país, montante seguido de perto pelos setores de energia e agricultura.

Apesar de as emissões de carbono oriundas do desmatamento terem diminuído, o montante gerado pelo setor energético disparou, já que no ano passado o Brasil recorreu a usinas termelétricas para se contrapor à crise de geração de energia, causada pelas secas severas que afetaram as hidrelétricas.

O relatório mostrou que os gases de efeito estufa resultantes da produção de eletricidade aumentaram em 24 por cento de 2013 para 2014.

"No passado, as emissões do setor energético estavam em um distante terceiro lugar no ranking por setores no Brasil", disse Tasso Azevedo, pesquisador que coordenou o estudo. "Mas nos últimos tempos eles ultrapassaram o setor da agricultura e estão a caminho do topo do ranking".

Recentemente o governo brasileiro adotou políticas de estímulo a fontes de energia renováveis, como eólica e solar, para diversificar sua matriz energética e reduzir a dependência das hidrelétricas.

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