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Emílio: propina desde sempre

O patriarca da família Odebrecht e presidente do conselho de administração, Emílio Odebrecht, afirmou nesta segunda-feira que o sistema de pagamento de propinas a políticos existia na companhia desde o tempo do pai dele, Norberto, que começou os negócios em 1944. Emílio prestou depoimento à Justiça como testemunha de defesa de seu filho, Marcelo, na […]

EMÍLIO ODEBRECHT: presidente do Conselho de Administração da companhia prestou depoimento hoje ao juiz Sergio Moro / Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

EMÍLIO ODEBRECHT: presidente do Conselho de Administração da companhia prestou depoimento hoje ao juiz Sergio Moro / Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2017 às 18h39.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h18.

O patriarca da família Odebrecht e presidente do conselho de administração, Emílio Odebrecht, afirmou nesta segunda-feira que o sistema de pagamento de propinas a políticos existia na companhia desde o tempo do pai dele, Norberto, que começou os negócios em 1944. Emílio prestou depoimento à Justiça como testemunha de defesa de seu filho, Marcelo, na ação que investiga o pagamento de propinas na contratação de sondas de exploração do pré-sal pela Petrobras. Embora o juiz Sergio Moro tenha decretado sigilo sobre o depoimento, as gravações em vídeo da audiência foram divulgadas por veículos de imprensa.

Durante o depoimento, que durou pouco mais de meia hora, Emílio explicou que esse sempre foi o “modelo reinante” na política nacional e que sua companhia pagou “com certeza” propina destinada ao caixa dois de “todos os partidos políticos”. “Existia uma regra: ou a gente não contribuía para ninguém, ou para todos”, disse. Emílio ainda explicou que a empresa fazia uma mescla entre o dinheiro doado à contabilidade oficial dos partidos e o que ia “por fora”.

Juntamente com Marcelo Odebrecht, também responde à ação o ex-ministro Antonio Palocci. Emílio classificou o político como uma pessoa “sensata e bem informada” e disse que nunca tratou de pagamentos com ele, mas não descartou que fosse um dos operadores do PT. Mesmo assim, disse não ter como garantir que Palocci seja o “Italiano” das planilhas apreendidas na sede da Odebrecht, em São Paulo. Emílio disse que costumava tratar com o ex-ministro “muitas ideias sobre aquilo que era importante para o nosso Brasil”.

Após a fala de Emílio, o executivo Márcio Faria também prestou depoimento a Sergio Moro. Como ex-presidente da Odebrecht Industrial, ele fez parte da equipe que elaborou o contrato das sondas investigadas. Ele negou que a Odebrecht tenha pago propina nesse contrato em específico e disse que havia pressão política para que a empresa ajudasse a construir as sondas no Brasil. Diferentemente de Emílio, Faria confirmou que o “Italiano” das planilhas é Antonio Palocci.

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