Rio Piracicaba: situação preocupa o Ministério Público Estadual (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2014 às 16h51.
Piracicaba - O rio Piracicaba sofreu uma queda de 83% na vazão e a cachoeira, principal atração turística da cidade, virou um amontoado de pedras.
Apenas fios de água escura escorrem entre as rochas, onde antes a água turbilhonava, formando a neblina que deu a Piracicaba o apelido de "Noiva da Colina".
Conforme dados do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), o rio está com vazão de 12,4 metros cúbicos por segundo, quase um quarto dos 75 mil m3/s de sua vazão normal neste mês.
No Parque do Mirante, de onde se observa a cachoeira, os raros visitantes sentem apenas o mau cheiro que exala do rio.
Com a queda no nível, a poluição se concentrou. Nas margens do rio, o mato cresce e a grama se espalha, servindo de pasto para cavalos.
Uma torre com observatório construído pelo município para a observação do salto está às moscas.
Da ponte pênsil de madeira, pode-se observar peixes mortos em meio ao lodo escuro.
Em fevereiro, uma grande mortandade dizimou 20 toneladas de peixes.
A situação preocupa o Ministério Público Estadual, que atribui o problema, além da estiagem, à redução de cinco para três metros cúbicos por segundo na vazão do Sistema Cantareira para as bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
"A situação do rio é reflexo direto da gestão do Sistema Cantareira, já que existe um desequilíbrio entre a água liberada para o abastecimento da Grande São Paulo e para o PCJ", disse o promotor Ivan Carneiro Castanheiro, do Grupo de Atuação Especial para o Meio Ambiente (Gaema) do MP de Piracicaba.